Revisão dos Mecanismos de Leilão Será Feita com Apoio da AGU e CGU
Nesta terça-feira (11), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciaram o cancelamento do leilão de arroz, conforme antecipado pelo analista da CNN, Caio Junqueira. A decisão inclui a anulação do leilão da semana passada, que resultou na venda de 263,37 mil toneladas de arroz importado, totalizando R$ 1,3 bilhão.
O governo informou que revisará os mecanismos dos leilões com apoio da Advocacia Geral da União (AGU) e da Controladoria Geral da União (CGU). Novos modelos de leilão serão elaborados para garantir a contratação de empresas com capacidade técnica e financeira.
Questionamentos e Dúvidas
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a habilitação das empresas foi feita pelas Bolsas de Mercadorias e Cereais, e não pela Conab. Ele ressaltou a necessidade de maior transparência e mecanismos técnicos para avaliar os participantes antes do leilão.
“A gente tinha compreendido que [o leilão] tinha sido um sucesso, 263 mil toneladas, num preço competitivo. E diga-se de passagem, tem empresas idôneas e com capacidade de executar a entrega neste leilão que ocorreu e tem outras que a gente tem dúvidas sobre sua capacidade”, disse Fávaro.
Polêmicas e Suspeitas de Fraude
A situação gerou estranhamento quando a Wisley A. de Souza, uma pequena loja de queijos em Macapá, foi uma das vencedoras do leilão, apesar de ter aumentado seu capital social de R$ 80 mil para R$ 5 milhões pouco antes do certame. Empresários e a oposição pediram ao Tribunal de Contas da União (TCU) que auditasse o leilão por suspeitas de fraude.
Demissão no MAPA
Em meio às suspeitas, o secretário de Política Agrícola do MAPA, Neri Geller, pediu demissão após revelações sobre Robson França, ex-assessor e sócio de Geller, que atuou como corretor na venda, potencialmente recebendo uma comissão de mais de R$ 5 milhões. Fávaro afirmou que a sociedade foi estabelecida antes de Neri se tornar secretário, portanto, não havia conflito de interesse.
“Não há nenhum fato que desabone, que gere qualquer tipo de suspeita. Mas que de fato gerou transtorno e por isso ele colocou hoje de manhã o cargo à disposição”, disse Fávaro.