Estabelecimentos implementam tarifas baseadas na duração da estadia dos clientes, visando otimizar lucros e enfrentar desafios pós-pandemia; prática gera debates sobre legalidade e experiência do consumidor
Em diversas cidades espanholas, como Barcelona, Valência e Bilbao, uma nova tendência tem gerado debates acalorados: cafés e restaurantes estão cobrando dos clientes com base no tempo que permanecem nas mesas. A medida, adotada por estabelecimentos como o Café Perfetto, na Barceloneta, visa combater a ocupação prolongada de mesas por clientes que consomem pouco, especialmente em áreas externas disputadas.
No Café Perfetto, por exemplo, um café com leite custa €1,60 se o cliente permanecer até 30 minutos. Se a estadia ultrapassar esse tempo, o valor sobe para €2,50, e chega a €4,00 caso exceda uma hora. Segundo o proprietário, Massimo, a iniciativa busca equilibrar o fluxo de clientes e garantir a sustentabilidade do negócio, afetado por práticas como o uso do espaço como escritório improvisado por nômades digitais.
A legalidade da prática é respaldada por especialistas, desde que os estabelecimentos informem claramente os clientes sobre as tarifas antes do consumo. No entanto, organizações de defesa do consumidor alertam para a necessidade de transparência e respeito aos direitos dos clientes.
A medida tem gerado reações mistas. Enquanto alguns clientes compreendem a necessidade dos estabelecimentos em otimizar lucros, outros criticam a cobrança adicional, considerando-a uma limitação à tradicional cultura espanhola de socializar em cafés. A discussão reflete os desafios enfrentados pelo setor de hospitalidade na adaptação a novas realidades econômicas e comportamentais pós-pandemia.