Com investimento de US$ 10 bilhões, gigante do e-commerce inicia implantação de constelação para competir com a Starlink e ampliar acesso à internet em áreas remotas
Em 28 de abril de 2025, a Amazon deu um passo significativo em sua ambição de fornecer internet de alta velocidade a partir do espaço, ao lançar os primeiros 27 satélites de seu Projeto Kuiper. O lançamento ocorreu na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, utilizando um foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA).
O Projeto Kuiper visa estabelecer uma constelação de 3.236 satélites em órbita terrestre baixa (LEO), com o objetivo de oferecer conectividade global, especialmente em regiões remotas e de difícil acesso. Com um investimento estimado em US$ 10 bilhões, a iniciativa busca competir diretamente com a Starlink, da SpaceX, que já conta com mais de 8.000 satélites em operação e uma base de usuários superior a 5 milhões.
Desafios e metas regulatórias
A Amazon enfrenta o desafio de cumprir as exigências da Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos, que estipula a colocação em órbita de pelo menos metade da constelação até julho de 2026. Analistas apontam que, diante dos atrasos enfrentados, a empresa poderá solicitar uma prorrogação do prazo.
Parcerias estratégicas para lançamentos
Para viabilizar o lançamento dos satélites, a Amazon firmou contratos com diversas empresas aeroespaciais, incluindo a ULA, Arianespace, Blue Origin e, surpreendentemente, a SpaceX, concorrente direta no mercado de internet via satélite. O acordo com a SpaceX prevê três lançamentos utilizando foguetes Falcon 9, programados para meados de 2025.
Infraestrutura e produção
A produção dos satélites está sendo acelerada na nova fábrica da Amazon em Kirkland, Washington. A instalação tem capacidade para construir até cinco satélites por dia, com os primeiros equipamentos prontos entre junho e setembro de 2025.
Perspectivas de mercado
O Projeto Kuiper representa uma aposta estratégica da Amazon para expandir sua presença no setor de telecomunicações e oferecer soluções de conectividade em escala global. Além de atender consumidores individuais, a empresa planeja fornecer serviços para empresas e governos, aproveitando sua infraestrutura de computação em nuvem e logística.
Com o início das operações previsto para o final de 2025, a Amazon entra oficialmente na corrida pela supremacia no mercado de internet via satélite, desafiando a liderança da Starlink e prometendo ampliar o acesso à conectividade em todo o mundo.