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Amizades que sustentam a alma: o valor dos vínculos na maturidade feminina

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Em meio às transformações da vida, as amizades femininas permanecem como pilares afetivos que sustentam a saúde emocional e reforçam o senso de identidade e pertencimento na maturidade.

Poucas coisas são tão preciosas na vida quanto as amizades verdadeiras. E, com o passar dos anos, essa percepção se acentua. Quando chegamos à maturidade — aos 40, 50, 60 ou mais —, já não buscamos quantidade, e sim profundidade. Nesse ponto da vida, percebemos que ter amigos é mais do que um prazer: é uma necessidade emocional, uma ferramenta de sobrevivência afetiva e mental.

Estudos e matérias recentes apontam que amizades sólidas contribuem de maneira significativa para o bem-estar físico e psicológico. A revista Marie Claire, por exemplo, traz relatos de mulheres que, na fase adulta, encontraram nas amizades um refúgio, uma força e uma conexão autêntica num mundo acelerado. O Portal do Envelhecimento vai além e mostra como a rede de apoio social é um fator determinante para o envelhecimento saudável, especialmente para as mulheres. Já a Vogue Brasil sintetiza tudo de forma poética: “A melhor rima para maturidade é amizade”.

Mas, para além das pesquisas e evidências científicas — que já são por si só impressionantes —, o que me move a escrever sobre isso é minha própria vivência. Sempre fui cercada por amigos e amigas com quem compartilhei fases marcantes da minha existência. E cada uma dessas amizades deixou em mim uma marca, uma lembrança, um afeto que o tempo não apaga.

Mantenho, por exemplo, amizades desde a época da escola. É verdade que nos distanciamos em alguns momentos, porque a vida impõe seus caminhos, suas prioridades, suas bifurcações. Mas, mesmo afastadas, o vínculo jamais se rompeu. E quando nos reencontramos — seja por mensagem, telefone ou pessoalmente —, há uma certeza reconfortante: a de que aquela amizade é real, é verdadeira, é parte da nossa história. É como se o tempo não tivesse passado. Sentimo-nos pertencentes à narrativa uma da outra, com afeto e acolhimento mútuo.

Tenho também uma amiga muito especial com quem vivi uma experiência de vida única. Após concluir o ensino médio no interior onde nasci e cresci, mudei-me para a capital. Essa amiga, dois anos mais velha, já estava lá estudando. Dividimos apartamento junto com outras duas colegas, e ali se fortaleceu uma amizade que, até hoje, aquece meu coração. Mais do que uma companheira de casa, ela foi uma presença essencial na transição entre adolescência e vida adulta. Estávamos longe de casa, construindo nossos caminhos e aprendendo juntas sobre a vida. Foi com ela que compartilhei lágrimas, risadas, medos e conquistas.

Com o tempo, casei, tive meu primeiro filho e voltei ao interior. Mais tarde, decidi cursar uma faculdade — e ali também floresceram novas amizades, maduras, conscientes, profundas. Em outras fases da vida, entre idas e vindas, trocas de empregos, novos círculos sociais, fui semeando outras amizades que, mesmo não estando presentes no cotidiano, permanecem em mim. Algumas vieram da época em que fui dançarina, e até hoje me emociono ao perceber o carinho que ainda nutrem por mim — e que é totalmente recíproco.

O que essas relações têm em comum? Certeza de que não é necessário convívio diário para que a amizade feminina se mantenha viva. O importante é o vínculo genuíno, aquele tipo de afeto que se acende toda vez que nos reencontramos. E, quando isso acontece, sentimos que pertencemos uma à história da outra. Esse pertencimento, esse amor silencioso e profundo, é o que faz tudo valer a pena.

As amizades também funcionam como uma rede silenciosa de proteção emocional. Estudos publicados por instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e o Portal do Envelhecimento mostram que amizades verdadeiras podem reduzir o risco de depressão, combater a ansiedade e até melhorar a nossa saúde física. A convivência com amigas é terapêutica: rir, dividir angústias, ouvir, acolher, ser ouvida — tudo isso forma uma corrente poderosa de afeto e suporte psicológico.

Eu vivi isso com muita propriedade. Quando minha filha caçula nasceu, seis meses após o parto, fui diagnosticada com princípio de depressão pós-parto. Tudo aconteceu em meio a um turbilhão: mudança de cidade, de emprego e uma crise conjugal que culminou com o afastamento do meu marido, que me deixou “solitária” com nossos três filhos. Foi um período de dor profunda, insegurança e desamparo. Mas foi também o momento em que minhas amizades se tornaram absolutamente vitais para minha sobrevivência emocional.

Lembro-me perfeitamente dos resgates diários que recebi. Amigos e amigas que me levavam para sair, que me ligavam todos os dias para saber como eu estava. Gente que me ouvia com paciência, sem julgamento, que me aconselhava, me abraçava com palavras e presenças. Uma amiga me indicou um novo trabalho, outra me arrastou para uma festa quando eu só queria chorar em silêncio, algumas vinham para minha casa, passavam o dia comigo, outras acolhiam e ouviam meus filhos quando eu não era capaz de fazer. Elas me salvaram.

Sim, literalmente me salvaram! Nessa fase, emagreci de forma doentia, me tornei irreconhecível diante do espelho e sentia que estava perdendo a mim mesma. Aos poucos, com a ajuda dessas amizades, dos meus amados filhos e a presença incondicional da minha família, fui resgatando minha autoestima, minha força interior, meu olhar de mãe — que por um tempo esteve turvo pelo cansaço e pela tristeza. Voltei a me sentir uma mulher inteira, independente de qualquer status. A mulher forte e confiante que havia em mim retornou. E foi nesse processo de cura que também reconstruí o vínculo com meu marido. Mas hoje sei que, mesmo que não tivéssemos retomado o casamento, eu estaria bem — porque entendi que há vida, e muita vida, além de uma relação conjugal.

E esse entendimento nasceu dos olhares amorosos dos meus três filhos, do aconchego da minha família e do colo das minhas amizades. Pessoas que talvez não estejam comigo todos os dias, que não frequentam minha casa semanalmente, mas que, quando chamadas — ou mesmo sem serem chamadas — vieram. Vieram com amor, com escuta, com presença. Com tudo o que importa. Se não fosse por essas amizades, talvez o rumo da minha vida tivesse sido outro. E, quem sabe, trágico.

E há ainda um tipo de amizade que, muitas vezes, passa despercebido nos discursos sobre vínculos, mas que é igualmente essencial: as amizades familiares. Aquelas que florescem dentro do próprio lar, entre irmãos, primos e outros parentes com quem dividimos muito mais do que o sangue — dividimos memórias, afetos e uma história comum. Tenho a sorte de ter uma irmã que, além de ser parte da minha família, é também uma grande amiga. E, na mesma sintonia, uma cunhada que a vida me deu como presente. Chegou de mansinho e foi ficando — com sua escuta atenta, seu carinho espontâneo e uma lealdade que acolhe sem julgamentos. São dessas presenças que confortam mesmo no silêncio.

A maturidade, aliás, nos traz uma nova lente sobre o que é realmente essencial. Quando somos mais jovens, tendemos a priorizar quantidade: queremos muitos amigos, muitas saídas, muitas interações. Com o tempo, aprendemos a valorizar qualidade — aquela amiga que nos conhece no silêncio, que percebe o tom da nossa voz, que entende o que dizemos mesmo quando não dizemos nada. Aquelas pessoas que, mesmo à distância, mantêm viva a conexão com a gente. São essas relações que nos sustentam.

Há algo de profundamente feminino na construção e preservação das amizades. Em culturas ao redor do mundo, mulheres se unem em círculos, em rodas, em irmandades — como uma herança ancestral de cura e apoio. Isso não mudou. A mulher madura de hoje continua sendo essa guardiã do afeto, que cuida das amigas e se deixa cuidar. Que não tem mais tempo para jogos emocionais, mas ainda tem amor de sobra para oferecer e receber. E como é bonito ver que, mesmo depois de tantos anos, mesmo com as transformações que a vida impõe, ainda há espaço para vínculos verdadeiros florescerem — ou renascerem.

Hoje, aos 44 anos, plena de vivências e aprendizados, olho para a minha rede de amizades com gratidão profunda. São elas que me sustentam quando o chão balança, que me fazem rir até a barriga doer, que me ajudam a me enxergar quando me perco de mim mesma. São elas que celebram minhas conquistas, que secam minhas lágrimas, que me dizem verdades quando preciso — e que me aplaudem mesmo quando o mundo não vê.

Se há algo que eu possa dizer a você, leitora, é: cultive suas amizades. Reencontre aquelas pessoas que um dia foram importantes. Mande aquela mensagem. Retome aquele vínculo. Diga que sente saudade. Faça um convite. Ofereça escuta. Esteja presente. Porque, no fim das contas, são esses laços que tornam a vida mais leve, mais colorida, mais plena.

E se você, assim como eu, tem amigas que te resgataram de um abismo, que te devolveram a si mesma, que te lembraram da mulher incrível que você é — celebre isso. A amizade é um amor que não se impõe, mas se oferece. É um vínculo que se escolhe, se rega, se cultiva com carinho, com verdade, com presença.

Eu sigo plena, além dos 40, com o coração cheio de gratidão pelas amizades que construí, reconstruí e mantive ao longo da minha jornada. E sigo assim, de braços e alma abertos, para as novas amizades que ainda virão.

Porque nunca é tarde para começar uma nova história de afeto. Nunca é cedo demais para reconhecer o valor de uma amiga. E nunca — nunca mesmo — devemos subestimar o poder de um bom amigo na nossa vida.

Agora vem o meu convite para você. Clica nesse link aqui abaixo e conta para mim e para todas as outras plenas que me acompanham lá no Instagram a sua história de amizade.

Instagram Plena além dos 40

Compartilho abaixo um pedacinho desse grande amor em minha vida. Escolhi com o coração, sendo assim amigas queridas, me desculpem se não gostarem muito das fotos. São de momentos diversos de nossas vidas.