Brasileiras vencem canadenses e recolocam Brasil no topo olímpico
O Brasil retornou ao topo do vôlei de praia feminino nas Olimpíadas de Paris 2024, após 28 anos sem conquistar o ouro na modalidade. Ana Patrícia e Duda trouxeram a vitória para o país ao derrotar as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson por 2 sets a 1, em um jogo emocionante que ocorreu na icônica Arena Torre Eiffel, um dos cenários mais marcantes desta edição dos Jogos Olímpicos.
A última vez que o Brasil conquistou o ouro no vôlei de praia feminino foi em Atlanta 1996, com a dupla Jaqueline Silva e Sandra Pires, na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos. Agora, com a vitória de Ana Patrícia e Duda, o país celebra o retorno ao pódio olímpico.
O Caminho para a Vitória
A parceria entre Ana Patrícia e Duda não é recente. As duas atletas já haviam sentido o sabor da vitória olímpica há 10 anos, nos Jogos Olímpicos da Juventude. Naquela ocasião, Ana Patrícia era uma novata na modalidade, com apenas três meses de experiência, enquanto Duda, já envolvida com o vôlei de praia desde a infância, era considerada uma grande promessa.
No primeiro set da final em Paris, as brasileiras começaram com dificuldades, permitindo que as canadenses abrissem uma vantagem de 5 a 0. No entanto, Ana Patrícia liderou a reação da dupla, que conseguiu virar o jogo e vencer a parcial por 26 a 24, após desperdiçar dois set points.
O segundo set parecia promissor para as brasileiras, que abriram vantagem de 10 a 8. No entanto, um “apagão” as levou a cometer erros consecutivos, o que permitiu às canadenses empatar a partida com um contundente 21 a 12.
Determinadas a não deixar o ouro escapar, Ana Patrícia e Duda retomaram o foco após uma conversa estratégica no banco. Elas voltaram para o tie-break mais determinadas, abrindo vantagem e mantendo a calma, apesar de uma discussão com a arbitragem que irritou as canadenses. Com um ambiente tenso e a música “Imagine” dos Beatles tocando ao fundo, a dupla brasileira fechou o tie-break em 15 a 10, garantindo o título olímpico.
Esporte como Superação
Ana Patrícia, natural de Espinosa, uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, enfrentou bullying na infância por sua altura, 1,94 m. O esporte, que inicialmente não foi sua primeira escolha, acabou sendo sua salvação, proporcionando um espaço onde ela finalmente se sentiu valorizada e capaz. “O esporte literalmente me salvou”, disse Ana Patrícia em uma entrevista durante os Jogos de Paris, revelando como encontrou seu lugar nas quadras de areia após tentativas em várias modalidades como futebol, handebol e natação.
Uma Promessa Desde a Infância
Duda, por sua vez, nasceu em uma família envolvida com o vôlei. Filha de uma ex-jogadora e técnica da modalidade, começou a jogar aos 9 anos e rapidamente se destacou. Participou de seu primeiro circuito adulto de vôlei de praia em Sergipe aos 12 anos, onde terminou em quinto lugar, enquanto sua mãe ficou em terceiro. Duda sempre encarou o esporte com leveza e diversão, o que a ajudou a se desenvolver rapidamente como uma das grandes promessas do vôlei de praia brasileiro.
A Trajetória até o Ouro
A vitória de Ana Patrícia e Duda em Paris é mais um capítulo de sucesso em suas carreiras. Após anos de dedicação e superação, elas finalmente conseguiram colocar o Brasil novamente no topo do pódio olímpico no vôlei de praia feminino, inspirando futuras gerações e mostrando que o esporte é um caminho de transformação e conquista.
A campanha até o título incluiu vitórias sobre duplas de alto nível e uma performance excepcional na final contra as canadenses, onde as brasileiras demonstraram resiliência, foco e habilidade para superar adversidades e garantir a medalha de ouro.