Em parceria com a startup Synchron, empresa testa implantes cerebrais que traduzem sinais neurais em comandos digitais, ampliando acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida
A Apple está desenvolvendo uma tecnologia inovadora que permitirá aos usuários controlar dispositivos como iPhones, iPads e o headset Vision Pro por meio de sinais cerebrais. Em colaboração com a startup de neurotecnologia Synchron, a empresa trabalha em uma interface cérebro-computador (BCI) que visa ampliar a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, como pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou lesões graves na medula espinhal.
O sistema utiliza o implante Stentrode, desenvolvido pela Synchron, que é inserido em uma veia próxima ao córtex motor do cérebro. Este implante possui eletrodos que captam sinais neurais e os transmitem a dispositivos Apple, onde são interpretados como comandos digitais. A tecnologia permite que usuários naveguem por telas e selecionem ícones apenas com o pensamento, utilizando o recurso de acessibilidade “controle por interruptor” já presente nos sistemas da Apple.
Um dos primeiros usuários da tecnologia é Mark Jackson, que vive com ELA. Com o implante, ele consegue controlar seu iPhone e até utilizar o headset Vision Pro apenas com o pensamento. Embora a navegação seja mais lenta do que com interfaces tradicionais, a tecnologia representa um avanço significativo em relação às interações mecânicas que dependem de teclados e mouses.
A Apple planeja lançar ainda este ano um padrão aberto para que outros desenvolvedores possam criar soluções compatíveis com essas interfaces neurais. A expectativa é que a aprovação comercial dos primeiros dispositivos desse tipo ocorra até 2030, embora a Synchron acredite que receberá aprovação antes disso.
A iniciativa da Apple posiciona a empresa na vanguarda da próxima revolução na forma como interagimos com a tecnologia, oferecendo novas possibilidades de inclusão e inovação para usuários com diferentes necessidades.
