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Bahia não cumpre meta do MEC para a educação, aponta Ideb

Crédito: SEC/Divulgação
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Estado tem a quarta pior nota do país, segundo avaliação do Ideb; desempenho em português e matemática no ensino médio ocupa o último lugar do ranking

Os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) indicam que a Bahia está distante das metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2024, o estado obteve uma nota de 3,7 para o Ensino Médio, que deveria alcançar 4,5, conforme as metas do MEC. Essa nota é um incremento modesto em relação ao Ideb de 2021, quando a Bahia registrou 3,5.

A Bahia ocupa a quarta pior posição no ranking nacional, com destaque negativo no desempenho dos alunos em português e matemática, onde o estado figura em último lugar. Roberto Sidnei Macedo, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced/Ufba), expressou preocupação com o progresso limitado. “Quando comparamos com outros estados, somos o nono no ranking do Ideb. Isso mostra que não estamos bem. Dois pontos de avanço não representam uma conquista significativa para a qualidade educacional que buscamos. Estamos ainda muito aquém das metas necessárias para uma educação de qualidade na Bahia”, afirmou Macedo.

O Ideb é calculado com base nas notas de desempenho dos estudantes, apuradas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), e nas taxas de aprovação, reprovação e abandono do Censo Escolar. O índice varia de 0 a 10, refletindo a qualidade da educação oferecida.

A situação educacional na Bahia também repercute em outras áreas, com Macedo apontando que o baixo desempenho reflete desigualdades sociais e uma injustiça no acesso pleno à cidadania. “O indicador reproduz desigualdades sociais, criando uma realidade onde apenas uma elite tem condições concretas para exercer a cidadania”, explicou Macedo.

Priscila Cruz, presidente executiva do Movimento Todos pela Educação, classificou a situação da Bahia como “complicada e de alerta vermelho”. Ela destacou a necessidade urgente de resolver a estagnação das metas educacionais, ressaltando que o Brasil está no mesmo patamar de antes da pandemia, enquanto o mundo avança tecnologicamente.

Para alcançar as metas estabelecidas pelo MEC, o governo estadual precisa implementar estratégias eficazes. Macedo sugeriu que a melhoria no Ideb depende da formação contínua de professores e das condições de trabalho docente. “É necessário ter professores concursados, com salários dignos e condições adequadas de trabalho para elevar a qualidade da educação”, acrescentou.

A Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC-BA) defendeu que a Bahia fez progressos na área educacional, destacando “investimentos importantes no acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes”, segundo a secretária Rowenna Brito.