Na última terça-feira (2), a Bahia testemunhou um espetáculo atmosférico incomum: 29 mil raios iluminaram o céu em um intervalo de apenas 6 horas. Esse volume impressionante de descargas elétricas é considerado alto para o período e tem sido atribuído, em parte, à persistência do fenômeno El Niño.
O El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico, pode alterar drasticamente os padrões climáticos, resultando em aumento da umidade e das temperaturas. Essa configuração, por sua vez, pode potencializar a ocorrência de tempestades e, consequentemente, de raios.
O impacto dos raios na Bahia é variado, com a região oeste sendo particularmente afetada devido às suas altas temperaturas e à influência das tempestades que se originam na Amazônia e migram em direção ao Atlântico. Cidades como Bom Jesus da Lapa, por exemplo, registraram um elevado número de descargas elétricas nos primeiros dias do ano, levando os moradores a adotar precauções, como desligar eletrônicos durante trovoadas.
Embora Salvador tenha testemunhado uma quantidade significativa de raios, essas tempestades foram consideradas menores em comparação com outras regiões do estado, como o sul e o centro-sul. O período de maior incidência de raios na Bahia é durante o verão, devido às condições climáticas favoráveis para a formação de nuvens carregadas, especialmente as cumulonimbus, que são conhecidas por produzir raios.
Embora o fenômeno dos raios seja complexo e multifacetado, os avanços na compreensão desses eventos podem ajudar na mitigação de seus impactos, especialmente em áreas propensas a tempestades elétricas frequentes.
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