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Biden se torna primeiro presidente dos EUA a apoiar greve de trabalhadores

Foto: Jim Watson/AFP
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Joe Biden quebrou uma tradição de décadas ao se juntar a um piquete de trabalhadores em greve na terça-feira (26). O presidente dos Estados Unidos discursou a favor dos trabalhadores da indústria automotiva, que estão em greve contra as montadoras GM e Stellantis.

“Eu marchei em muitos piquetes do UAW quando era senador, desde 1973, mas vou lhe dizer uma coisa, esta é a primeira vez que faço isso como presidente”, disse Biden.

Os presidentes dos EUA, incluindo o próprio Biden, já se recusaram a entrar em disputas sindicais para evitar a percepção de que tomavam partido. No entanto, Biden tem feito campanha como o “presidente mais pró-trabalhista” do país.

Durante o encontro com os grevistas, Biden disse que eles mereciam um “aumento significativo”. Falando à multidão com um megafone, o presidente disse que os trabalhadores “salvaram a indústria automobilística em 2008 e antes disso” e fizeram muitos sacrifícios quando as “empresas estavam em apuros”.

“Agora eles estão indo incrivelmente bem e, adivinhe, você também deveria estar incrivelmente bem”, falou Biden aos trabalhadores.

Ele acrescentou que a classe média construiu os Estados Unidos e que “os sindicatos constroem a classe média – isso é um fato”.

Os grevistas formaram um piquete nesta terça-feira em frente ao Willow Run Redistribution Center da General Motors na cidade de Wayne, em Michigan. O sindicato UAW anunciou na semana passada que vai expandir a greve contra as duas montadoras em resposta ao que chamou de “falta de movimento” das duas empresas.

A Ford foi em parte poupada de uma expansão da greve graças ao que o UAW relatou como um progresso nas ofertas da empresa.

A visita de Biden foi saudada por líderes sindicais e outros defensores dos direitos trabalhistas. O presidente do UAW, Shawn Fain, disse que a ação do presidente foi “um momento histórico” para os trabalhadores americanos.

“O presidente Biden mostrou que está do lado dos trabalhadores e que está comprometido em defender a justiça econômica e social”, disse Fain.

A ação de Biden também foi criticada por alguns empresários. O presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Tom Donohue, disse que a visita do presidente foi “uma interferência inaceitável” nas negociações trabalhistas.

No entanto, a ação de Biden é vista por muitos como um sinal de que o presidente está disposto a tomar medidas para apoiar os trabalhadores.

Foto: Jim Watson/AFP