O Banco Central anuncia a segunda redução consecutiva da Taxa Selic, que agora se situa em 12,75% ao ano após uma diminuição de 0,5 ponto percentual. Com este movimento, o Brasil deixa de ostentar a maior taxa de juros reais do mundo.
A taxa de juros reais é a taxa nominal descontada da inflação prevista para os próximos 12 meses. A taxa brasileira agora é de 6,30%, enquanto a do México, que assume a liderança, é de 6,61%.
De acordo com dados compilados pela MoneYou, seguem na lista Colômbia (5,1%), Hungria (5,05%), Indonésia (4%) e República Checa (3,71%).
Benefícios da Redução da Selic
A redução da Selic é amplamente celebrada pelo governo e pelo mercado, pois os juros mais baixos tornam o crédito mais acessível, potencialmente impulsionando a economia com empréstimos para bens de consumo, como viagens e imóveis.
O Comitê de Política Monetária (Copom) explica em comunicado que esse corte é uma estratégia para direcionar a inflação rumo à meta estabelecida para 2024 e 2025. O Copom também indica que a redução deve continuar no mesmo ritmo nos próximos encontros.
“O comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica”, justifica o Copom, que se reúne a cada 45 dias .
Fim do Período de Altas
Essa série de cortes vem após uma sequência de aumentos, entre março de 2021 e agosto de 2022. Durante esse período, o Copom elevou a Selic por 12 vezes na tentativa de conter a inflação de alimentos, energia e combustíveis.
De agosto do ano passado a agosto de 2023, o Banco Central manteve a taxa em 13,75% por sete vezes.
O ciclo de altas chegou no fim do mês passado, com uma redução de 0,5%, marcando a primeira vez em três anos. O corte foi influenciado pela queda na inflação.
Reaquecimento da Economia
Com o anúncio de mais uma redução da taxa de juros em 2023 pelo Banco Central, cresce a expectativa do governo e do mercado em aquecer o mercado de consumo.
A queda nos juros torna o crédito mais acessível, incentivando a produção nacional. Com empréstimos mais acessíveis, a população pode consumir mais, sem se comparar com as altas taxas de juros praticadas pelos bancos.
A taxa básica de juros tem um papel vital nas negociações de títulos públicos e serve como referência para as demais taxas de juros na economia.
Inflação
A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para manter a inflação oficial sob controle. Medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de agosto registrado 0,23%, uma alta conforme previsto pelos economistas.
Para 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) distribuiu uma meta de inflação de 3,25%, com uma margem de 1,5 ponto percentual de tolerância.
“Apesar de as medidas mais recentes de inflação subjacentes apresentaram queda, ainda se situam acima da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025, apuradas pela pesquisa Focus, encontram-se em torno de 4,9% , 3,9% e 3,5%, respectivamente”, informou o Copom.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil