Estudo global revela que a pandemia, instabilidade econômica e violência estão entre os fatores que contribuem para altos níveis de estresse no país.
O Brasil foi classificado como o quarto país mais estressado do mundo em um recente relatório sobre saúde mental global. O estudo, conduzido por uma empresa internacional de pesquisas, analisou diversos fatores de estresse em mais de 140 países, incluindo questões sociais, econômicas e culturais. O Brasil ficou atrás apenas do Sri Lanka, Turquia e Irã, países com históricos de crises políticas e econômicas severas.
A pandemia da COVID-19 foi um dos principais agravantes para os níveis de estresse no país, já que não apenas pressionou o sistema de saúde, mas também afetou milhões de brasileiros que enfrentaram o desemprego, dificuldades financeiras e isolamento social. De acordo com especialistas, a incerteza sobre o futuro, associada a uma recuperação econômica lenta e uma taxa de inflação crescente, tem amplificado a sensação de insegurança e ansiedade entre a população.
Outro fator significativo é a violência urbana, especialmente nas grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. O medo constante de assaltos e a exposição à criminalidade têm um impacto profundo no bem-estar dos brasileiros. Além disso, questões como a desigualdade social e a falta de acesso adequado a serviços de saúde mental também foram citadas como grandes contribuintes para o alto nível de estresse.
Os resultados do relatório apontam que, em média, mais de 60% dos brasileiros entrevistados se sentem estressados diariamente. Comparado a outros países da América Latina, o Brasil se destaca negativamente, com um índice muito superior ao de nações vizinhas como Argentina e Chile.
Especialistas em saúde mental alertam para a necessidade de investimentos em políticas públicas voltadas à promoção de bem-estar psicológico. Entre as recomendações estão o fortalecimento do sistema de saúde pública, a criação de programas de apoio psicológico gratuitos e campanhas de conscientização sobre a importância da saúde mental.
O relatório sugere que, sem medidas adequadas, o Brasil corre o risco de ver esses índices de estresse se tornarem crônicos, resultando em problemas mais graves, como depressão, transtornos de ansiedade e doenças físicas relacionadas ao estresse, como hipertensão e problemas cardíacos.
Com base nessas constatações, as autoridades brasileiras têm um grande desafio pela frente: equilibrar o progresso econômico com o bem-estar mental da população, proporcionando um ambiente mais seguro e saudável para seus cidadãos.