O Brasil entra na COP28, cúpula do clima da ONU, com a promessa de uma transformação significativa em sua política ambiental no último ano. O destaque fica para a redução no desmatamento da Amazônia, indicando uma mudança marcante após anos de crescimento sob a gestão anterior.
Apesar das melhorias, o país enfrenta desafios internos que contrastam com sua postura global sobre as mudanças climáticas. Especialistas elogiam os esforços do primeiro ano do governo atual, mas alertam para questões no Congresso que podem minar esse avanço.
Organizações ambientais apontam mudanças legislativas que podem prejudicar a demarcação de terras indígenas, beneficiar grileiros, favorecer o uso de agrotóxicos e facilitar licenciamentos ambientais. Essas propostas contradizem a narrativa governamental de progresso na proteção ambiental.
Stella Herschmann, do Observatório do Clima, destaca a contradição entre a busca por liderança climática global e as políticas domésticas. “O Brasil almeja ser líder, mas nossas políticas internas precisam acompanhar esse discurso”, enfatiza Herschmann.
O Cerrado, bioma brasileiro, enfrenta um aumento alarmante no desmatamento neste ano, registrando mais de 3.320 km² desmatados, um acréscimo de 27% em relação ao ano anterior. A região, com leis menos rígidas que a Amazônia, enfrenta desafios extras na preservação.
A participação do Brasil na COP28 destaca tanto os progressos conquistados quanto os desafios enfrentados internamente, refletindo a complexidade das questões ambientais no país. Este cenário evidencia a necessidade de alinhamento entre discurso e prática para uma efetiva proteção ambiental.
Foto: Kamran Jebreili/AP