De acordo com um relatório da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Brasil melhorou sua posição no ranking mundial de liberdade de imprensa, subindo 18 lugares e alcançando o 92º lugar. O relatório atribuiu essa melhoria à saída do presidente Jair Bolsonaro, que atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação. No entanto, a RSF alerta que a situação ainda é problemática e destaca a violência contra comunicadores no país, que posicionaria o Brasil em 149º lugar no ranking se fosse levado em conta apenas esse fator.
O diretor da RSF para a América Latina, Artur Romeu, explica que essa subida no ranking reflete uma expectativa e uma percepção de otimismo em relação a possíveis mudanças no país após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, ele alerta que para continuar a funcionar, o Brasil precisa reafirmar os marcos legais, garantir a transparência pública e combater a desinformação, que é um problema global.
O estudo da RSF, que avalia as condições do livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo, é um dos mais importantes da organização e leva em conta indicadores políticos, sociais, legislativos, jurídicos e de segurança. A RSF destaca que sete países em cada dez estão enfrentando problemas difíceis ou muito difíceis nesses indicadores e alerta para a invasão da desinformação em tecnologias e inteligência artificial. O estudo é apresentado abertamente no Dia da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio.
Fotos: Fabio Rodrigues-Pozzebon/ Tânia Rêgo/ Agência Brasil