Homenagens à Santa Dulce dos Pobres foram marcadas por missas, procissões e expressões de fé e gratidão
Neste domingo, 13 de outubro, centenas de fiéis se reuniram no Santuário Santa Dulce dos Pobres, localizado no Bonfim, em Salvador, para celebrar os cinco anos da canonização de Irmã Dulce, conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”. A canonização ocorreu em 2019, na Praça de São Pedro, no Vaticano, e desde então, a figura de Irmã Dulce se consolidou como um símbolo de amor e caridade no Brasil.
As festividades começaram com o Tríduo da Gratidão, realizado entre os dias 9 e 11 de outubro, que incluiu missas e conferências destacando o legado de Irmã Dulce. Durante esses três dias, devotos puderam refletir sobre os ensinamentos e as obras sociais da freira, que dedicou sua vida ao cuidado dos pobres e necessitados.
Neste domingo, foram realizadas duas Santas Missas, uma às 8h30 e outra às 16h. A celebração culminou com uma procissão após a missa das 16h, onde o andor com a imagem de Santa Dulce foi levado em um trajeto conhecido como Caminho da Fé, até a Basílica do Senhor do Bonfim. A emoção tomou conta dos presentes, que se uniram em oração e canto, celebrando a vida e a obra da santa.
Marluces Salomão, aposentada de 79 anos, expressou sua fé ao afirmar: “É uma fé que eu não tenho palavras para descrever”. Sentada em um dos bancos, ela segurava um terço e vestia uma camisa com a imagem de Santa Dulce. Para ela, o que mais impressiona na trajetória de Dulce é a magnitude de suas ações em benefício dos mais necessitados, algo que ela nunca poderia imaginar quando era jovem e via a beata pelas ruas da Cidade Baixa.
José Domingos, de 73 anos, compartilhou sua experiência com a obra de Dulce, revelando que acompanhou suas iniciativas sociais desde os anos 1980, quando sua empresa fazia doações para as obras assistenciais dela. “Ela estava sempre presente, ia aos lugares onde a gente trabalhava, reunia doações e envolvia todo mundo para participar. Uma santa baiana que fez tudo pelas crianças, pelos idosos, pelos pobres e doentes. Tudo isso toca o coração da gente”, contou emocionado.
O ato litúrgico foi repleto de celebrações, incluindo um momento especial dedicado a Nossa Senhora de Aparecida e ao Dia das Crianças, marcado pela entrada de uma imagem em tamanho real de Irmã Dulce. A cerimônia terminou com a exibição da Relíquia de Santa Dulce, que foi levada ao altar, seguida pela procissão. Um dos momentos mais emocionantes foi a comunhão, onde os fiéis, ao receberem a hóstia, se ajoelhavam em prece diante da imagem de Santa Dulce, expressando gratidão e devoção em um ato profundamente comovente.
As celebrações em homenagem a Santa Dulce não apenas relembraram seu legado, mas também fortaleceram a fé e a união da comunidade em torno de seus ideais de amor ao próximo, compaixão e solidariedade.