O Google lançou o chatbot inteligente Bard no Brasil, após quatro meses de estreia nos EUA e no Reino Unido. O serviço está disponível em 40 idiomas e também foi lançado nos 27 países da União Europeia.
Para aprender o português brasileiro e outras nuances da nossa cultura, o Bard passou por um treinamento de três meses. O processo incluiu o trabalho de revisores, legisladores, reguladores e outros especialistas brasileiros.
A empresa não revelou quais dados são usados para treinar os seus modelos de IA, mas afirmou que os dados estão públicos na web e oferecem perspectiva ampla de assuntos.
O Bard é um projeto experimental e está longe de um modelo de monetização. O Google admitiu que o seu chatbot pode apresentar respostas ofensivas, viés e alucinações.
Em todos os casos, o usuário pode reportar ao Google que não gostou da resposta por meio de um botão na interface. Os casos serão avaliados e poderão ser usados para retreinar o sistema.
O Google também afirmou que o Bard é complementar à sua ferramenta de buscas. O serviço não deve substituir a Busca, mas sim servir como um complemento para proporcionar uma experiência mais completa aos usuários.
Além do Brasil, o Google revelou seis novos recursos que fazem estreia de maneira global. O primeiro deles permite fixar conversas na barra lateral esquerda, o que permite acesso rápido a conversas mais importantes com o chatbot.
Outro recurso inédito no concorrente permite que o Bard “leia em voz alta” as suas respostas, um recurso chamado de “text-to-speech. Um terceiro elemento exclusivo permite que desenvolvedores exportem código em Python para o Replit. A quarta novidade tem apelo para redes sociais: um botão que permite compartilhar as respostas produzidas pela máquina.
Embora funcionem no Brasil, as últimas duas ferramentas estão disponíveis apenas em inglês. Um deles permite modificar o estilo da resposta para: simples, longa, curta, profissional ou informal. O Bing, da Microsoft, tem um recurso similar, que permite respostas mais “simples” ou criativas.
O último recurso é uma rasteira no ChatGPT: o chatbot foi integrado com o Google Lens e consegue analisar uma foto e dar uma resposta. Por exemplo, você poderá carregar uma foto de cachorro e receber informações sobre a raça. A ferramenta também poderá legendar imagens. A capacidade de uma IA ser capaz de usar texto e imagens é chamada de multimodalidade.
Quando a OpenAI apresentou o GPT-4, prometeu recurso similar no ChatGPT, porém, o recurso ainda não foi implementado.
O Google afirmou que o Bard é uma ferramenta poderosa que pode ser usada para uma variedade de propósitos, incluindo educação, entretenimento e pesquisa. A empresa espera que o serviço seja bem recebido pelos usuários brasileiros.

Foto: David Paul Morris/ Bloomberg