Estudo anual classifica cidades conforme custo de vida; Singapura e Zurique lideram ranking, enquanto Damasco permanece a mais barata
A revista britânica The Economist lançou seu ranking anual das cidades mais caras e mais baratas do mundo para se viver. A análise se baseia na capacidade de compra de um dólar em diversas localidades, revelando Singapura como a cidade mais cara e Damasco, na Síria, como a mais acessível.
Singapura reafirma sua posição como a cidade mais dispendiosa, destacando-se pelos altos preços de alimentos, bebidas e vestuário. Um exemplo marcante é o custo exorbitante de um certificado necessário para a compra de veículos, ultrapassando US$ 106 mil (R$ 521 mil) no início de outubro. Esse documento, conhecido como COE, é obrigatório para aquisição de automóveis e expira após 10 anos.
Zurique, na Suíça, empatou com Singapura no topo do ranking. Ambas as cidades são consideradas centros financeiros, e Zurique, especialmente cara em setores como alimentos, utensílios domésticos e entretenimento, já liderou a lista em 2020.
Segundo a The Economist, o fortalecimento do franco suíço em relação ao dólar foi um dos fatores cruciais para a ascensão de Zurique. Além disso, a revista destaca que a referência para a pesquisa é Nova York; quando a moeda de um país se valoriza, as cidades tendem a subir no ranking.
A análise revelou que cidades americanas como Nova York e Genebra, na Suíça, caíram no ranking devido à fraqueza recente do dólar. Nova York, que liderou como a mais cara no ano passado, agora ocupa a terceira posição junto com Genebra.
A pesquisa aponta uma crise global no custo de vida, persistindo em 2023 apesar da diminuição nos preços da energia e dos problemas na cadeia de abastecimento. A inflação média dos 200 produtos e serviços analisados aumentou em média 7,4%, embora ligeiramente inferior aos 8,1% de 2022, ainda bem acima da média de 2,9% dos cinco anos anteriores.
Quanto às cidades mais baratas, Damasco permanece na última posição, apesar de um aumento de 321% nos preços locais no ano. Teerã e Trípoli também figuram nas últimas posições, com altas taxas de inflação, sendo particularmente acessíveis em alimentos e produtos de higiene.
Na América Latina, cidades como Cidade do México, São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus foram classificadas, posicionando-se entre as mais caras e as mais baratas, comparativamente a outras cidades da região. Buenos Aires, apesar do ciclo de hiperinflação na Argentina, é considerada a mais barata da América Latina e Caribe, devido à desvalorização do peso.