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Cientistas anunciam criação de primeiro embrião humano sintético sem óvulos e espermatozoide

Foto: Pixabay
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Na presente semana, cientistas divulgaram a criação do primeiro embrião humano sintético do mundo, utilizando células-tronco. Esse avanço pode, no futuro, eliminar a necessidade de óvulos e espermatozóides na reprodução. Esse modelo, semelhante a um embrião humano natural em seus ganhos iniciais de desenvolvimento, é uma ferramenta que pode acompanhar grandes avanços em várias áreas da Medicina, como a pesquisa de doenças genéticas e a compreensão das causas biológicas de abortos recorrentes, entre outros. A professora Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), apresentou esse trabalho durante o encontro anual da Sociedade Internacional de Pesquisas com Células-Tronco em Boston, nos Estados Unidos, no dia 14 de junho .

Embora o trabalho ainda não tenha sido publicado em nenhuma revista científica, espera-se que isso tenha causado nos próximos meses. Durante uma apresentação, uma professora afirmou: “Conseguimos criar modelos semelhantes a embriões humanos, reprogramando células-tronco embrionárias”, de acordo com a BBC britânica. Contudo, essa pesquisa levanta questões éticas e legais importantes, uma vez que a criação de embriões em laboratório não está contemplada pela legislação atual. Embora a estrutura não possua coração ou cérebro, ela contém células-tronco capazes de formar um embrião completo caso seu desenvolvimento seja estimulado.

Não há espera de uso clínico de embriões sintéticos no curto ou médio prazo. Por exemplo, seria ilegal implantá-los no útero de uma mulher, e ainda não está claro se essa estrutura continuaria a se desenvolver além do estágio embrionário. No caso de camundongos, embriões sintéticos desenvolvidos no útero de uma fêmea não resultaram em gestação.

O objetivo principal dessa pesquisa, como explicado pela professora Magdalena, é compreender o que ocorre durante um período do desenvolvimento embrionário conhecido como “caixa-preta”. A legislação da maioria dos países permite o cultivo de embriões humanos em laboratório por apenas 14 dias, devido a questões éticas. Após esse período, os cientistas só conseguem acompanhar o desenvolvimento embrionário em alcançar mais avançado, através de exames de ultrassonografia em mulheres grávidas. Durante uma conferência, Magdalena explicou que conseguiu cultivar o embrião sintético por mais de 14 dias.

“A ideia é que, ao ter um modelo de embrião humano criado a partir de células-tronco, é possível obter informações valiosas sobre os iniciais iniciais do desenvolvimento embrionário, incluindo o entendimento dos possíveis problemas, sem a necessidade de utilizar embriões humanos”, explicou Robin Lovell-Badge, especialista em biologia de células-tronco e desenvolvimento genético no Instituto Francis Crick, em Londres, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. As células-tronco são as primeiras a surgir durante o desenvolvimento embrionário, e é a partir delas que se formam linhagens específicas de células. Há pelo menos uma década, os cientistas já sabem como induzir células-tronco a se transformarem em células específicas.

Foto: Magdalena Zernicka-Goetz Group / Divulgação CP