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Congresso debate uso de cannabis medicinal para tratamento da dor

Foto: A Divina Flor - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
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Especialistas da área médica se reuniram durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, sediado em Goiânia no último final de semana, para discutir a decisão do uso da cannabis medicinal no tratamento de pacientes com doenças reumáticas. O evento foi palco de análises apresentadas dos prós e contras associados à aplicação da substância para fins medicinais.

Uma Dra. Selma da Costa Silva Merenlender, renomada reumatologista e membro da Comissão de Mídias da Sociedade Brasileira de Reumatologia, enfatizou que o canabidiol (CBD), extraído da cannabis, é o componente central com prescrição medicinal, sendo isento de potencial de dependência. Uma distinção crucial se refere à diferenciação entre o CBD, presente nas flores da planta, e o THC, presente nas folhas e caules, que é associado à maconha e apresenta propriedades psicoativas.

Até o momento, o uso da cannabis tem se destacado como tratamento promissor para a epilepsia refratária, contando com estudos mais avançados que respaldam sua eficácia. Inicialmente, no Brasil, a aprovação para uso da substância foi direcionada ao tratamento da epilepsia refratária em crianças. No entanto, evidências científicas crescentes apoiam a aplicação da cannabis medicinal em uma variedade de condições, englobando aspectos neurológicos, reumatológicos, imunológicos, de controle de peso, ansiedade e depressão.

Uma Dra. Selma acrescenta que, no contexto reumatológico, a cannabis medicinal tem demonstrado eficácia no tratamento de síndromes dolorosas crônicas, como fibromialgia, e na gestão da dor associada à artrite reumatoide, espondilite anquilosante e psoríase. Além de aliviar a dor, a cannabis medicinal contribui para o equilíbrio do organismo, promovendo uma melhoria no estado geral do paciente.

Contudo, a questão permanece controversa. A aplicação da cannabis medicinal ainda carece de estudos científicos abrangentes que avaliam seus resultados e possíveis riscos, especialmente em relação ao tratamento da dor. Uma Dra. Alessandra de Sousa Braz, professora de reumatologia da Universidade Federal da Paraíba e integrante da Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes de Partes Moles, enfatiza a importância de avaliar criteriosamente os prós e contras da terapia.

No Brasil, o uso de cannabis medicinal é regulamentado e exige prescrição médica. Empresas interessadas em produzir ou vender produtos à base de canabidiol devem obter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e os pacientes selecionados de receita médica para adquirir os produtos.

Atualmente, há três formas de acesso ao canabidiol: em farmácias, através de associações ou por meio de importação. Não há, contudo, uma política de fornecimento gratuito desses produtos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Projetos estão em tramitação no Congresso Nacional para garantir o acesso a essas terapias aos pacientes que serão entrevistados.

Uma Dra. Alessandra ressalta a necessidade de mais estudos sobre os efeitos da cannabis medicinal, especialmente no tratamento da dor e nos possíveis efeitos colaterais a longo prazo. O estabelecimento de diretrizes claras sobre dosagem e posologia é essencial para garantir o uso seguro e eficaz da substância.

A discussão sobre a cannabis medicinal não se encerra aqui. É fundamental continuar a pesquisa e o debate para oferecer opções de tratamento cada vez mais seguras e eficazes para pacientes que sofrem de condições dolorosas crônicas.

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Foto: Reprodução

Fonte: Agência Brasil