Ciclistas de diversas partes do país pedalaram nesta sexta-feira (22) pelo Dia Mundial sem Carro, como forma de repensar os hábitos de mobilidade urbana, com foco nos benefícios para o meio ambiente, para economia e para a saúde física e mental daqueles quem optam por deixar o veículo motorizado na garagem e, no lugar, adotar meios mais sustentáveis, como a caminhada, bicicleta, monociclo elétrico, patins, skate ou patinete, os chamados modais de mobilidade ativa.
Em Brasília, a organização não governamental (ONG) Rodas da Paz promoveu um passeio ciclístico de 5 quilômetros, da Rodoviária do Plano Piloto à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Mesmo com o calor e a baixa umidade, o grupo de ciclistas usou itens de segurança e apoiou a mobilidade sustentável e o fim da “carrodependência”.
O bonde de ciclistas levou banner em defesa de um trânsito mais consciente e ecológico, com menos carros e motocicletas em circulação; e ainda pregaram a convivência pacífica entre motoristas, ciclistas e pedestre no Distrito Federal.
Frota de veículos cresce e impacta negativamente as cidades
Para marcar o Dia Mundial sem Carro, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou um levantamento que mostra o crescimento da frota de veículos no Brasil e o impacto negativo às cidades, com perdas econômicas de aproximadamente R$ 247,2 bilhões por problemas na mobilidade urbana.
O estudo técnico foi produzido com base em dados coletados até julho deste ano, pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), do Ministério dos Transportes.
De acordo com as informações do Senatran, agrupadas pela CNM, atualmente existem 61,2 milhões de carros registrados no país. O número, se comparado com o Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), resultará na proporção de um carro para cada 3,32 habitantes. Se consideradas somente as motocicletas, atualmente existem 32.474.102 unidades em circulação nos municípios, o que representa aproximadamente uma moto para cada seis pessoas, no Brasil. Já a quantidade de caminhões, chega a 17.466.728.
De acordo com o estudo, são aproximadamente 120 milhões de veículos, número 35% maior que a frota de 10 anos atrás, quando havia cerca de 80 milhões de veículos em circulação pelo país.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, considera preocupante o aumento de veículos nas ruas. “[Os veículos] são responsáveis pela poluição, prejudicam a saúde da população, trazem outros transtornos no trânsito, além do impacto financeiro nos municípios, que, na maioria das vezes, não têm estrutura para receber esse fluxo intenso”, destacou.
Transporte coletivo representa apenas 1% da frota
Os dados do levantamento também apontam que, apesar de pouca capacidade de transportar pessoas, 52% dos condutores preferem usar o veículo de passeio particular. A escolha de motocicletas figura na segunda posição, com a preferência de 28% dos condutores. E o transporte coletivo representa apenas 1% da frota.
A confederação destaca que, apesar do pouco interesse pelos ônibus, essa opção abarca nas viagens entre 24% e 26% dos passageiros transportados no sistema por dia.
Propostas para reduzir impacto da mobilidade urbana
O estudo da CNM propõe a promoção de alternativas de transporte público de qualidade, o estímulo ao compartilhamento de veículos e o investimento em infraestrutura viária inteligente, com o objetivo de proporcionar maior segurança ao cidadão.
O Dia Mundial sem Carro é uma oportunidade para refletirmos sobre os nossos hábitos de mobilidade urbana e os impactos que eles causam ao meio ambiente, à economia e à saúde. Ao adotarmos modais de mobilidade ativa, podemos contribuir para a construção de cidades mais sustentáveis, justas e saudáveis.
Fonte: Agência Brasil