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Entenda porquê Região Sudeste é considerada endêmica para febre maculosa

Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. Foto: Prefeitura de Jundiaí
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A febre maculosa brasileira, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, é uma doença transmitida por carrapatos e é de extrema importância no Brasil. É considerada endêmica na região Sudeste, onde as taxas de letalidade ultrapassam os 50%, de acordo com informações do Ministério da Saúde.

No âmbito da epidemiologia, o termo “endemia” é utilizado para descrever a presença constante ou habitual de uma doença ou agente infeccioso em uma determinada população dentro de uma área geográfica.

A febre maculosa é uma infecção causada por bactérias do gênero Rickettsia, podendo levar à inflamação dos vasos sanguíneos e apresentar quadros que variam de leves a graves. Sua sintomatologia é diversa, com sinais e sintomas inespecíficos, semelhantes aos de outras doenças, o que pode resultar em atraso no diagnóstico e aumentar os riscos de mortalidade.

No Brasil, a febre maculosa foi identificada pela primeira vez em 1929 e inicialmente observada nos estados de São Paulo e Minas Gerais, principalmente em áreas rurais, conforme informações do Ministério da Saúde. Posteriormente, foram registrados casos nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Em 2001, a infecção foi incluída na lista de doenças de notificação obrigatória no país.

Recentemente, o estado de São Paulo confirmou três mortes em decorrência dessa doença.

A febre maculosa é um termo amplo que engloba um grupo de doenças causadas por bactérias do gênero Rickettsia, transmitidas por carrapatos. No entanto, nem todas as pessoas que contraem a infecção se recordam de terem sido picadas. Para ocorrer a infecção, o carrapato precisa estar infectado pela bactéria e permanecer fixado no corpo. No Brasil, existem duas principais febres maculosas de relevância para a saúde pública: a febre maculosa brasileira (FMB) e a febre maculosa por Rickettsia parkeri.

O período de incubação da doença dura, em média, sete dias, podendo variar de dois a 14 dias. Isso significa que, quando um carrapato infectado por riquétsia pica a pele humana, a pessoa permanece assintomática por cerca de uma semana, em média. Somente após esse período é que os sintomas da doença se manifestam, muitas vezes de forma repentina.

Inicialmente, a doença se apresenta com mal-estar, calafrios e tremores frequentes, seguidos por uma sensação de febre. Um ou dois dias depois, a febre aumenta e surge uma forte dor de cabeça. Esses sintomas inespecíficos podem ser confundidos com os de outras doenças, especialmente as virais.

Ao contrário de muitas doenças, a febre maculosa não se resolve apenas com repouso. Se não for tratada, pode evoluir para quadros graves, com mal-estar generalizado, sintomas gastrointestinais, vômitos, diarreia, necrose de extremidades, insuficiência renal aguda, choque séptico e dor abdominal.

A febre maculosa brasileira é mais prevalente na região Sudeste e afeta várias partes do organismo, com frequência elevada de manifestações hemorrágicas e, consequentemente, altas taxas de letalidade, que podem chegar a 55%. Nesse contexto, a doença é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida principalmente pela picada do carrapato da espécie Amblyomma sculptum. Já na região metropolitana de São Paulo, o ciclo de transmissão está relacionado à espécie Amblyomma aureolatum.

O tratamento da febre maculosa pode ser realizado com medicamentos antibióticos, como tetraciclinas e cloranfenicol, mediante prescrição médica. É fundamental que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, pois quanto antes for iniciado, maior será a eficácia e as chances de cura, preferencialmente até o quinto dia do início dos sintomas.

Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. Foto: Jerry Kirkhart/Wikimedia