Alunos da USP foram alvo de gritos ofensivos que destacam preconceitos socioeconômicos e raciais no meio acadêmico
Durante os Jogos Jurídicos Estudantis, realizados em Americana (SP), estudantes de Direito da PUC-SP foram flagrados proferindo ofensas racistas e classistas contra alunos da USP. Entre as falas ouvidas no vídeo que viralizou nas redes sociais, destacam-se termos como “cotista filho da p*ta” e “pobre”, gritados por membros da torcida da PUC-SP.
Esses atos provocaram fortes acontecimentos de organizações e figuras públicas. Letícia Chagas, codeputada estadual e integrante do mandato coletivo Movimento Pretas (PSOL-SP), denunciou o caso e afirmou que acionará o Ministério Público. Chagas destacou que episódios como isso refletem a resistência das elites acadêmicas à inclusão de grupos historicamente marginalizados, especialmente após a implementação de políticas afirmativas em universidades públicas e privadas.
História de racismo e elitismo no ensino superior
O incidente nos Jogos Jurídicos não é isolado. Nos últimos anos, as universidades brasileiras registraram um aumento nos casos de discriminação racial e econômica. Na Faculdade de Direito da USP, os episódios anteriores incluem pichações de cunho nazista e ataques virtuais contra alunos negros. Na PUC-SP, estudantes bolsistas disseram sofrer preconceito por parte de colegas pagantes.
Estes eventos evidenciam o desafio persistente em ambientes que, apesar dos progressos nas políticas de inclusão, ainda refletem desigualdades estruturais. Especialistas afirmam que tais incidentes são excluídos não apenas de punições individuais, mas a implementação de programas educativos e mecanismos institucionais para combater preconceitos e promover a diversidade.
Crédito: Reprodução