Pesquisas recentes indicam que a exposição à poluição luminosa, principalmente em áreas urbanas, pode estar relacionada a um aumento no risco de desenvolver Alzheimer. O estudo, publicado na revista científica “JAMA Neurology”, analisa como a iluminação artificial noturna interfere nos ritmos circadianos, essenciais para o bom funcionamento do cérebro. A exposição constante a luzes artificiais pode prejudicar a produção de melatonina e, a longo prazo, impactar a saúde neurológica, promovendo inflamações e o acúmulo de proteínas tóxicas ligadas ao Alzheimer.
A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, abrangendo áreas com diferentes níveis de exposição à luz artificial noturna, como centros urbanos e regiões mais rurais. Os resultados mostram que a poluição luminosa pode prejudicar o sono profundo e contínuo, essencial para a reparação do sistema neurológico, e aumentar os biomarcadores da doença de Alzheimer.
Os pesquisadores também apontam que a iluminação de rua, luzes de casas e prédios, além da luz vinda de dispositivos eletrônicos, agravam essa exposição. Além disso, há indícios de que os efeitos são mais severos em idosos e indivíduos geneticamente predispostos a doenças neurodegenerativas.
Embora os resultados ainda estejam em fase inicial, os cientistas recomendam medidas de controle da poluição luminosa, como o uso de cortinas bloqueadoras de luz e a redução da exposição a dispositivos eletrônicos durante a noite, como estratégias para mitigar os efeitos e proteger a saúde cerebral a longo prazo.
Este estudo faz parte de um crescente campo de pesquisa que examina como fatores ambientais afetam a progressão de doenças neurodegenerativas e destaca a necessidade de mais investigações sobre a relação entre a luz artificial e a saúde neurológica.
Foto: Andrae Ricketts/Unsplash