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Estudo científico sinaliza possível ameaça à recuperação da camada de ozônio

Incêndios no Canadá impactam em diversas regiões do mundo em julho de 2023 Crédito: Handout/Anadolu Agency via Getty Images
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Uma nova pesquisa publicada recentemente apresentou um alerta preocupante sobre a saúde da camada de ozônio, contrariando as expectativas otimistas de sua recuperação. O estudo indica que o buraco na camada protetora pode estar se expandindo, apontando o aquecimento global e as partículas resultantes de incêndios florestais e atividades vulcânicas como potenciais fatores desestabilizadores.

Desde a assinatura do Protocolo de Montreal em 1987, um pacto entre países para restringir substâncias que degradam a camada de ozônio, acredita-se que o protocolo tenha contribuído significativamente para a reversão dos danos causados, principalmente pelos clorofluorcarbonos (camada de ozônio) presentes em aerossóis, solventes e refrigerantes.

Contudo, o estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, e publicado na revista Nature Communications, levanta preocupações ao revelar uma queda acentuada — cerca de 26% desde 2004 — nos níveis de ozônio no centro do buraco durante a primavera Antártica.

Hannah Kessenich, estudante de doutorado e autora principal do estudo, destacou: “O buraco não apenas manteve sua grande extensão, mas também se aprofundou na maior parte da primavera antártica nos anos recentes, um cenário particularmente notável entre 2020 e 2022”.

Para chegar a essas conexões, os pesquisadores utilizaram instrumentos de satélite para monitorar o comportamento da camada de ozônio entre setembro e novembro. Analisamos dados históricos para entender as mudanças nos níveis de ozônio e identificar os possíveis impulsionadores dessas variações.

As descobertas sugerem que as alterações no vórtice polar antártico, um fenômeno meteorológico sobre a região polar, podem estar contribuindo para a destruição do ozônio e o aprofundamento do buraco. No entanto, o estudo confirma que outros fatores, como a influência do aquecimento global e partículas de incêndios e vulcões, podem ter um papel crucial.

Embora a pesquisa tenha provocado discussões, alguns especialistas expressaram ceticismo quanto à abordagem do estudo, destacando a exclusão de eventos climáticos significativos nos registros, como a atividade vulcânica e incêndios florestais de anos anteriores.

Este estudo instiga debates sobre a verdadeira extensão da recuperação da camada de ozônio e a necessidade de avaliações abrangentes para compreender os riscos ambientais em curso.

Trabalhadores usam máquinas para reabrir a galeria pluvial que foi afetada na rodovia Rio-Santos (SP-55), em São Sebastião, após fortes chuvas no litoral de São Paulo. Crédito: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo