Pesquisa com quase 5.000 crianças nos EUA destaca influências únicas no desenvolvimento cerebral
Sexo e gênero, frequentemente confundidos, foram objeto de um estudo inovador envolvendo 4.757 crianças de 9 e 10 anos nos Estados Unidos. Publicado na revista Science Advances, o estudo encontrou evidências de que sexo e gênero podem mapear regiões distintas no cérebro infantil.
O estudo, liderado pela dra. Elvisha Dhamala do Feinstein Institutes for Medical Research, examinou imagens cerebrais das crianças ao longo de 10 anos como parte do estudo ABCD, o maior sobre desenvolvimento cerebral infantil nos EUA. Os resultados mostraram que o sexo atribuído ao nascimento influencia áreas cerebrais envolvidas no processamento visual, sensorial e controle motor, enquanto o gênero, definido por atitudes e comportamentos, afeta redes cerebrais ligadas à função executiva, como atenção e processamento emocional.
A pesquisa também destacou que gênero não é binário para todos, refletindo a complexidade das identidades de gênero. A dra. Dani S. Bassett da Universidade da Pensilvânia enfatizou a importância dos pais no estudo, cujas percepções sobre o gênero das crianças foram essenciais para entender o contexto social.
Os autores esperam que o estudo incentive uma abordagem mais inclusiva na pesquisa científica, considerando como sexo e gênero influenciam o desenvolvimento cerebral e comportamental ao longo da vida. Isso pode não apenas informar tratamentos médicos mais eficazes, mas também promover uma compreensão mais profunda das identidades de gênero em diferentes culturas.
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