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Evolução na percepção do câncer de mama: da fatalidade ao diálogo aberto

Foto: FELIPE COURI/ARQUIVO HOJE EM DIA
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Pesquisa revela transformações na abordagem da doença ao longo das décadas

A antropóloga Waleska de Araújo Aureliano, professora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), compartilha as descobertas de suas pesquisas de 20 anos sobre a vivência das mulheres com câncer de mama e como encaram o processo de adoecimento .

Desde a década de 1980, um pesquisador observa mudanças significativas na forma como a sociedade e a comunidade médica lidam com a doença. O discurso fatalista cedeu espaço para um diálogo mais aberto e franco entre profissionais de saúde e pacientes sobre o câncer de mama.

Antigamente, falar sobre câncer era um tabu tanto para profissionais de saúde quanto para familiares de pacientes. Segundo a professora, embora ainda persista um estigma em torno da doença, muita coisa evoluiu. A percepção do câncer de mama como uma sentença de morte está sendo gradualmente perdida pela compreensão do câncer como uma condição crônica, desde que haja acesso adequado ao diagnóstico e tratamento.

Para Waleska, é fundamental destacar a importância do acesso na campanha Outubro Rosa, pois a ideia de que a responsabilidade recai unicamente sobre a vontade individual das mulheres em cuidar de si mesmas não é eficaz se as condições ideais para tal não forem fornecidas.

Ela ressalta que a internet e as mídias sociais desempenharam um papel crucial em dar maior visibilidade ao câncer de mama. Isso impacta na narrativa das mulheres, pois recebe o diagnóstico com um prognóstico de cura e qualidade de vida por muitas décadas.

Waleska enfatiza que a perspectiva de cura transforma a forma como uma pessoa afetada enxerga sua jornada e deixa mais à vontade para discutir o assunto. Esse relato é impulsionado por uma mudança na percepção do próprio corpo e no significado de ser mulher, independentemente do número de seios ou do passado por alimentação mamária.

Atualmente, uma pesquisadora se dedica ao estudo de registros fotográficos artísticos e relatos autobiográficos de mulheres que enfrentaram o diagnóstico de câncer de mama. Para ela, esses registros representam uma transição da imagem da mulher como vítima para um estado de empoderamento, com consciência das mudanças provocadas pelo diagnóstico e tratamento, e sem recebimento de expor o corpo ou falar sobre a doença.

Foto: Reprodução internet

Fonte: Agência Brasil