O lançamento do foguete Vulcan Centaur, fruto da parceria entre a ULA (United Launch Alliance), envolvendo Boeing e Lockheed Martin, foi um sucesso em sua jornada rumo à Lua. Decolando do Cabo Canaveral, na Flórida, às 2h18 locais (4h18 no horário de Brasília) nesta segunda-feira (08), a missão marca um marco na exploração espacial ao ser o primeiro dispositivo americano a tentar pousar na Lua em mais de cinco décadas.
O módulo de aterrissagem Peregrine, desenvolvido pela startup Astrobotic com apoio da NASA, busca transportar equipamentos científicos à Lua, em um contrato de US$ 108 milhões estabelecido entre a agência espacial americana e a empresa.
Esse lançamento inaugura uma série de missões apoiadas pela NASA que buscam envolver o setor privado nas explorações lunares. O objetivo é utilizar a missão Peregrine como um marco importante na reexploração da Lua, que poderá ser a primeira vez que uma empresa privada realiza tal feito se for bem-sucedida.
O chefe da Astrobotic, John Thornton, destacou a importância da missão ao liderar o retorno à Lua desde a missão Apollo, embora ciente dos desafios e riscos envolvidos.
Após a separação entre o foguete e a espaçonave lunar, a Astrobotic ativará o dispositivo e tentará estabelecer comunicação. Caso tudo ocorra como planejado, o módulo de aterrissagem seguirá sua rota em direção à órbita lunar. Uma vez em órbita, aguardará condições ideais de iluminação para tentar pousar.
Essa missão carrega também simbologias e polêmicas. Entre as cargas transportadas estão cinzas ou DNA de várias pessoas, incluindo o criador de Star Trek, Gene Roddenberry, em parceria com a Celestis, especializada em “voos espaciais comemorativos”. O envio gerou protestos de tribos indígenas Navajo, que consideraram a ação uma profanação de um local sagrado, mas não obtiveram êxito em cancelar o lançamento.
O Vulcan Centaur, desenvolvido ao longo de uma década, representa o futuro da ULA, competindo com a SpaceX em decolagens mais acessíveis. A ULA pretende realizar seis lançamentos do Vulcan Centaur este ano, buscando recuperar os motores após cada voo para aumentar sua rentabilidade.
Esse lançamento, embora não liderado diretamente pela NASA, impulsiona a construção de uma economia lunar e serve como preparação para o programa Artemis, da agência espacial americana, visando o retorno dos astronautas à Lua.
Foto: AFP – GREGG NEWTON
