Apesar do crescimento expressivo, pessoas com deficiência ainda representam menos de 1% dos estudantes no ensino superior brasileiro, evidenciando desafios persistentes na busca por uma educação verdadeiramente inclusiva.
Nos últimos dez anos, o Brasil testemunhou um aumento significativo na presença de pessoas com deficiência (PcDs) no ensino superior. De acordo com dados recentes, o número de estudantes com deficiência matriculados em universidades saltou de 10.435 em 2013 para 39.146 em 2023, representando um crescimento de quase 275%.
O número de concluintes também apresentou avanço: foram 12.659 formados em 2023, comparado a 3.795 uma década antes . Esse progresso é atribuído, em grande parte, à implementação de políticas públicas como a Lei de Cotas, que reserva vagas específicas para PcDs com base em dados do censo do IBGE.
Apesar desses avanços, a participação de PcDs no ensino superior ainda é limitada. Eles representam menos de 1% do total de estudantes universitários, um número significativamente inferior à estimativa de que 9% da população brasileira possui algum tipo de deficiência .
Especialistas apontam que, além do acesso, é fundamental garantir a permanência desses estudantes nas instituições de ensino. Desafios como falta de acessibilidade estrutural, materiais didáticos inadequados e ausência de apoio especializado ainda são obstáculos a serem superados.
Casos como o de Diego Veiga, cadeirante que enfrentou dificuldades de acessibilidade em sua universidade, e Beatriz Fernandes, estudante cega que contou com o apoio de colegas e professores para se adaptar ao ambiente acadêmico, ilustram a importância de uma abordagem inclusiva que vá além das políticas públicas .
O crescimento no número de PcDs no ensino superior é um passo importante rumo à inclusão, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que todos tenham acesso igualitário à educação de qualidade.