No Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Luna Abiorana Guedes, de apenas 6 anos, conquista notoriedade ao se tornar a mais jovem finalista do prêmio Sócios-Mirins da Associação dos Engenheiros do Instituto Tecnológico Aeronáutica (Aeita).
Demonstrando um talento precoce, Luna desafia as normas ao competir em um prêmio que normalmente é aberto a crianças de 7 a 14 anos. O jovem superou quase 700 concorrentes de todo o país e garantiu seu lugar como uma das 35 finalistas.
Natural de Brasília (DF), Luna é a irmã mais nova de Theo Abiorana Guedes, de 8 anos, que também já se destacou nesse mesmo concurso. Caso obtenha sucesso, ela terá a oportunidade de conhecer o polo aeroespacial brasileiro, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São Paulo.
Curiosidade em Ebulição
Marcelo Santiago Guedes e Fernanda Abiorana, pais de Luna e Theo, afirmam que ambos os filhos são incrivelmente curiosos, sempre ansiosos por aprender, explorar e estudar novos assuntos. Os pais se sentem orgulhosos dessa característica, mas também reconhecem a responsabilidade que ela traz.
“Se as habilidades foram cultivadas, a necessidade de estímulos pode diminuir”, afirma Marcelo. Fernanda complementa, dizendo que seus filhos têm uma sede insaciável por conhecimento, e eles fazem o possível para nutrir essa curiosidade.
A descoberta das altas habilidades, segundo a mãe, foi feita através de observação em casa. Fernanda brinca dizendo que é fácil identificar essas características.
“Quando a criança não é identificada, ela tende a achar as atividades muito fáceis e as conclui rapidamente, o que pode levar a um comportamento disruptivo, como ficar inquieta na sala de aula”, afirma.
Primeiro foi Theo, com desenhos que excediam o comum, e logo em seguida veio Luna. De acordo com um especialista consultado pelos pais, a condição de habilidades altas tem um componente genético.
“Estimulação é crucial, especialmente porque há uma tendência a subestimar essas habilidades, que ainda é mais prevalente quando se trata de meninas”, ressalta Marcelo.
Cuidadosamente, os pais evitam os termos “prodígio” e “minigênio”.
Traços Pessoais
Theo se interessou pelo Sistema Solar e conquistou uma medalha de ouro na 24ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Luna, desde os 3 anos, lida com cálculos e adora observar o espaço.
A garota participou do 24º Programa de Caça aos Asteroides, uma colaboração entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a NASA dos Estados Unidos. Ela identificou dois possíveis asteroides que agora estão sob análise preliminar, um processo que pode levar cerca de 10 anos.
Com 4 anos, Luna já sabia ler e escrever. Hoje, aos 6, está trabalhando em um livrinho sobre energia renovável. Ela começou a aprender xadrez em 2022 e, neste ano, conquistou o segundo lugar em um torneio escolar do jogo.
Assim como o irmão, Luna também participou da 24ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Pequenos Grandes Pesquisadores
O projeto Sócio-Mirins é realizado pela Associação dos Engenheiros do Instituto Tecnológico Aeronáutica, selecionando 10 crianças que se destacam em áreas relacionadas à Ciência, Engenharia e Criatividade em todo o país.
Geralmente, são crianças e adolescentes reconhecidos por suas altas habilidades, embora a educação contemporânea evite o uso desses termos. Os escolhidos têm a oportunidade de conhecer os centros de pesquisa em São José dos Campos, São Paulo. Luna está agora competindo por essa oportunidade.
Para participar, as crianças precisam atender a critérios como se destacar em áreas aplicadas à Ciência, Engenharia e Criatividade, especialmente em relação à indústria aeroespacial ou tecnológica.
Os selecionados passam a fazer parte de um grupo seleto de jovens talentos brasileiros.

Luna e o irmão, Theo – Foto: Igo Estrela
Fonte: Só notícia boa