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H&M investiga abusos em fábricas de Mianmar em meio à pressão por melhores condições

Foto: Getty Images
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A gigante sueca do fast fashion H&M está investigando 20 casos de abuso trabalhista em seus fornecedores de Mianmar. A investigação vem em meio ao aumento da pressão por melhores condições de trabalho no setor.

A Inditex, rival da H&M, anunciou recentemente o fechamento gradual de suas fábricas no país do Sudeste Asiático, em um movimento semelhante ao anunciado pela Primark e a Marks & Spencer no ano passado. Enquanto isso, algumas marcas intensificaram o monitoramento de fornecedores no país.

Segundo pesquisa realizada pelo BHRRC, a Primark, com sede em Dublin, dobrou seu número de funcionários baseados em Yangon, mesmo depois de anunciar em setembro passado que deixaria de comprar de Mianmar. Já a empresa de moda dinamarquesa Bestseller aumentou seu número de funcionários de três para 11.

H&M e Bestseller estão entre as 18 marcas que fazem parte do projeto MADE, financiado pela União Europeia, que visa melhorar as condições de trabalho nas fábricas de roupas de Mianmar.

A posição da UE é que as empresas devem continuar comprando roupas de Mianmar, onde a indústria é um importante empregador, com mais de 500 fábricas produzindo roupas e sapatos para grandes marcas. A saída das gigantes da moda, segundo especialistas, pode piorar a situação dos trabalhadores do setor de vestuário.

“Ao se engajar como empresa em discussões com grupos locais de direitos trabalhistas e sindicatos sobre salários e condições de trabalho, você pode ter influência”, disse Karina Ufert, CEO da Câmara de Comércio Europeia em Mianmar. “Ao deixar o país, é difícil ver como você pode influenciar as condições locais.”

Para Vicky Bowman, ex-embaixadora do Reino Unido em Mianmar e diretora do Centro de Negócios Responsáveis de Mianmar, as marcas internacionais sob pressão para parar de comprar de Mianmar também são as mais propensas a fornecer empregos estáveis e tomar medidas adicionais para se proteger contra abusos de direitos. “Se eles saírem, ou os empregos desaparecem completamente ou as fábricas lutam para receber pedidos de agentes de compras que se importam apenas com mão de obra barata e não se preocupam com as condições da fábrica”.

Foto: Divulgação