Após quase três décadas, a justiça finalmente prevaleceu. Gerardo Cabanillas, acusado erroneamente de um crime que o manteve atrás das grades por 28 anos, teve sua inocência oficialmente reconhecida. As acusações de estupro, que o assombraram desde 1995 em Los Angeles, finalmente foram refutadas com a ajuda de novos testes de DNA.
Em um comunicado oficial, o promotor George Gascón expressou seu reconhecimento pela grave injustiça cometida contra Cabanillas. “Reconhecemos uma grave injustiça que resultou no encarceramento injusto de mais de 28 anos do Sr. Cabanillas”, afirmou Gascón.
O caso foi reexaminado a pedido do Projeto Inocência, uma organização dedicada à defesa de prisioneiros cuja detenção levanta suspeitas de injustiça. Após uma análise minuciosa, o juiz determinou a liberdade de Cabanillas.
Ao receber a notícia, Gerardo ficou em silêncio, visivelmente emocionado, ao lado de sua família e membros do Projeto Inocência.
O promotor Gascón também emitiu um pedido de desculpas, registrando o erro “grave” do sistema judiciário. Ele enfatizou a necessidade de reflexão sobre casos como esse, como um lembrete contundente de que o sistema legal não é infalível.
Gerardo Cabanillas foi inicialmente condenado em 1996, após confessar o crime em um depoimento que durou sete horas. Ele alegou ter sido coagido pelo detetive, que prometeu liberdade condicional em troca de confissão.
As vítimas inicialmente identificaram Cabanillas, mas logo revelaram dúvidas e afirmaram que foram pressionadas. Testes de DNA revelaram que outros dois homens cometeram o crime.
Embora um dos agressores tenha confessado, ainda não houve prisões.
A diretora interna do Projeto Inocência, Alissa Bjerkhoel, destacou a frequência de acusações falsas nos EUA e a alta incidência de condenações injustas. Ela ressaltou que as confissões falsas são uma das principais causas dessas injustiças.
Gerardo Cabanillas não informou se pretende processar o estado, mas certamente receberá a orientação adequada para isso. A indenização, embora necessária, jamais compensará o tempo perdido e a angústia vívida na prisão.
Foto: Reprodução/Facebook/ArchieWilliams