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Homem recebe primeira vacina contra câncer de pulmão do mundo

Foto: Aaron Chown/PA
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Inovação oferece nova esperança no tratamento do câncer, utilizando tecnologia semelhante à das vacinas contra a Covid-19

Um marco significativo na luta contra o câncer foi alcançado com a administração da primeira vacina do mundo contra o câncer de pulmão. O britânico Janusz Racz, de 67 anos, foi o primeiro paciente a receber a vacina experimental desenvolvida pela BioNTech, em colaboração com o University College London Hospitals (UCLH). Essa vacina inovadora, conhecida como BNT116, tem a proposta de ensinar o sistema imunológico a reconhecer e eliminar células cancerígenas.

Diferente das vacinas tradicionais, a BNT116 não é preventiva, mas atua como uma terapia complementar aos tratamentos convencionais, visando reduzir a probabilidade de recorrência do tumor. A vacina oferece uma alternativa à quimioterapia, apresentando menos riscos de toxicidade para células saudáveis. No ensaio inicial, Janusz recebeu seis doses da vacina e, no momento, a equipe médica aguarda os resultados das primeiras avaliações.

Janusz Racz foi diagnosticado com câncer de pulmão em estágio avançado em maio de 2024, e os médicos haviam prognosticado apenas alguns meses de vida. Ao tomar conhecimento da nova imunoterapia experimental no UCLH, ele decidiu se voluntariar, motivado pela esperança de que a vacina não só o ajudasse, mas também pudesse beneficiar outros no futuro. “Pensei sobre isso e decidi participar porque espero que isso forneça uma defesa contra células cancerígenas. Mas também pensei que minha participação nesta pesquisa poderia ajudar outras pessoas no futuro e ajudar esta terapia a se tornar mais amplamente disponível”, afirmou Racz em entrevista ao UCLH.

A vacina utiliza uma tecnologia baseada em mRNA, semelhante àquela usada nas vacinas contra a Covid-19. O medicamento apresenta marcadores tumorais comuns ao sistema imunológico do paciente, treinando as células de defesa para combater o câncer de forma eficaz, sem causar danos aos tecidos saudáveis. “A força da abordagem que estamos adotando é que o tratamento tem como objetivo ser altamente direcionado às células cancerígenas. Dessa forma, esperamos que com o tempo possamos mostrar que o tratamento é eficaz contra o câncer de pulmão, deixando outros tecidos intocados”, explicou a equipe de pesquisa.

O estudo inicial da vacina envolve 130 participantes em sete países. Dame Cally Palmer, diretora nacional de câncer do NHS England, destacou o caráter pioneiro do trabalho. “Um trabalho inovador está sendo realizado por hospitais em todo o país com seus parceiros universitários e industriais para procurar maneiras de aproveitar o próprio sistema imunológico do corpo para tratar uma variedade de tipos de câncer”, disse Palmer.

Embora ainda não haja uma previsão para a divulgação dos resultados iniciais, a expectativa é grande. A nova vacina representa um avanço promissor na luta contra o câncer, trazendo esperança para pacientes e profissionais de saúde em todo o mundo.