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Império de dívidas e disputas em Itacimirim: O declínio do Fronteira Tropical Resort

Crédito: Reprodução/Facebook Fronteira Resort
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O Litoral Norte da Bahia é conhecido por suas belas paisagens, praias paradisíacas e uma rica oferta turística. Entre os destaques da região, encontrava-se o Fronteira Tropical Resort, um luxuoso hotel 5 estrelas inaugurado em 1992 pelo empresário italiano Alfonso Maldari, natural de Nápoles. Por muitos anos, o hotel foi o pioneiro no segmento, atraindo turistas em busca de conforto e sofisticação. No entanto, o que parecia ser um negócio promissor e próspero acabou se tornando um cenário de decadência e disputas.

O Fronteira Tropical Resort, situado na Rota das Águas, número 370, no loteamento Recreio das Águas, logo se tornou um símbolo de prestígio na região. Seu destaque era evidente: 150 quartos, três bares, dois restaurantes, duas piscinas, quatro quadras de tênis e até um anfiteatro. A inauguração foi grandiosa, com a presença de um time de futebol masculino da Itália para celebrar a nova empreitada de Alfonso Maldari.

No entanto, o que se seguiu após o apogeu do Fronteira foi um declínio gradual, que culminou em seu fechamento em 2008. A história do hotel tomou rumos inesperados, e o que era para ser uma joia turística da região se transformou em um campo de batalhas judiciais.

O fim do hotel foi marcado por demissões em massa, que levaram a um extenso processo judicial movido por centenas de ex-funcionários, reivindicando o recebimento de verbas rescisórias. Mais de 60 processos trabalhistas foram abertos, e as dívidas se acumularam de forma assustadora.

O centro das disputas está relacionado à posse do terreno onde o hotel foi construído. Os herdeiros de Alfonso Maldari perderam a propriedade de 170 mil m² em 2010, o que levou a um agravamento da situação financeira e ao aumento das tensões entre as partes envolvidas.

A história do italiano Alfonso Maldari, fundador do hotel, é controversa. Enquanto alguns o retratam como uma pessoa generosa e gentil, outros relatam episódios de agressão física e verbal contra funcionários. As divergências sobre a personalidade do empresário se refletem nas opiniões sobre a decadência do hotel.

Atualmente, o Fronteira Tropical Resort se encontra em estado de abandono, com suas estruturas amarelas arruinadas e um clima de incerteza sobre o futuro do local. Ainda é possível avistar placas que dão as boas-vindas em cinco idiomas, testemunhas de um passado glorioso que agora parece distante.

Enquanto as disputas legais prosseguem, a dívida milionária do Fronteira permanece sem uma solução definitiva. A morte de Alfonso Maldari, em 2010, complicou ainda mais o cenário, e a viúva do empresário enfrenta os desafios de administrar um império em ruínas.

O caso do Fronteira Tropical Resort serve como um alerta sobre os desafios enfrentados pelos empreendimentos turísticos e a importância de uma gestão cuidadosa e sustentável. Enquanto a história do hotel segue envolta em incertezas, Itacimirim e o Litoral Norte da Bahia aguardam ansiosamente por novos capítulos.

Ruínas do resort que fica na foz do Rio Pojuca. Crédito: Marina Silva/CORREIO