O pódio teve a norte-americana Simone Biles, com o ouro, e Sunisa Lee, também dos EUA, com o bronze
Rebeca Andrade voltou a fazer história na ginástica artística ao conquistar sua 2ª medalha de prata na final individual geral feminina nos Jogos Olímpicos de Paris. A competição, realizada nesta quinta-feira, 1º de agosto, foi marcada pelo confronto direto entre a brasileira e a norte-americana Simone Biles, que terminou com o ouro. O pódio também contou com Sunisa Lee, dos EUA, que levou o bronze. Flávia Saraiva, a Flavinha, também participou das finais do individual geral, terminando na 9ª colocação.
Com essa conquista, o Brasil agora soma oito medalhas olímpicas na ginástica artística, tanto na modalidade masculina quanto na feminina. A primeira medalha foi conquistada em 2012 por Arthur Zanetti, que levou o ouro nas argolas. Em 2016, Zanetti voltou ao pódio para receber a prata no mesmo aparelho, enquanto Diego Hypólito e Arthur Nory conquistaram a prata e o bronze, respectivamente, no solo. Em 2020, Rebeca Andrade estreou com duas medalhas: ouro no salto e prata no individual geral. Nos Jogos de Paris, o Brasil conquistou, pela primeira vez, o bronze na final da disputa por equipes da ginástica feminina.
A Final
A Arena Bercy, em Paris, estava lotada antes mesmo do início da apresentação das ginastas. O público, formado majoritariamente por norte-americanos, também contou com muitos brasileiros que apoiaram Rebeca Andrade e Flávia Saraiva. As ginastas brasileiras, usando collant amarelo, começaram a competição de maneira promissora.
O duelo entre Rebeca Andrade e Simone Biles, ambos no auge de sua forma física, foi um dos mais aguardados das Olimpíadas. Rebeca, iniciando no salto, cravou uma das maiores notas da série com 15.100, enquanto Biles marcou 15.766, assumindo a liderança inicial. Flávia Saraiva, por sua vez, começou na trave, alcançando 13.900.
Na sequência, a disputa foi para as barras assimétricas, prova onde Simone Biles registrou 13.733, sua menor nota. Rebeca, com uma performance irretocável, alcançou 14.666, assumindo a liderança. Flávia conseguiu 14.266 na trave, mantendo-se competitiva.
A trave foi decisiva na terceira rotação. Rebeca Andrade, com alguns desequilíbrios, obteve 14.133. Simone Biles voltou a liderar com 14.566, deixando a decisão em aberto para o último exercício, no solo. Flávia Saraiva, apesar de uma apresentação consistente, teve uma queda que reduziu sua nota para 14.133.
Na última rotação, com Simone Biles em 1º, Rebeca Andrade em 2º e a italiana Alice D’Amato em 3º, a disputa pelo ouro foi intensa. Rebeca Andrade, em sua apresentação no solo, teve um desempenho energético e empolgante, mas um erro que a levou a pisar fora do tablado fez com que sua nota final fosse 14.033, garantindo a liderança provisória. Simone Biles, com uma apresentação impecável, marcou 15.066, conquistando o ouro. Sunisa Lee ficou com o bronze, e Flávia Saraiva terminou na 9ª posição.
Rebeca Andrade faz história em Paris
Rebeca Andrade, da cidade de Guarulhos, São Paulo, adicionou mais uma medalha ao seu currículo, tornando-se a atleta brasileira com o maior número de medalhas olímpicas na história do esporte nacional. Agora, com quatro medalhas em seu nome, Rebeca superou a judoca Mayra Aguiar, que possui três bronzes conquistados em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020.
Rebeca ainda tem a oportunidade de aumentar sua coleção de medalhas nos Jogos de Paris, já que competirá nas finais do salto, trave e solo. Nessas disputas, ela reencontrará a campeã do individual geral, Simone Biles. Ambas não se classificaram para a final das barras assimétricas, mas ainda podem conquistar mais três medalhas cada uma nos Jogos.
Flávia Saraiva, que também representou o Brasil com garra, terminou como a nona ginasta mais completa do mundo. Apesar de um desempenho promissor, um escorregão durante o solo prejudicou sua nota final. Em entrevista, Flávia expressou seu orgulho em representar o Brasil e reconheceu que poderia ter se saído melhor na competição. “Não foi a melhor competição da minha vida, mas estou muito emocionada de estar aqui e receber minha primeira medalha olímpica. Foi um ano difícil para todas nós. Amo representar o Brasil. Não tem nada que me deixa mais orgulhosa”, disse à TV Globo.
Imagem capa: Alexandre Loureiro/COB