Estudante ucraniano inova com técnica sustentável que ganha destaque na Europa
Valentyn Frechka, um estudante de biotecnologia de 23 anos da Universidade de Kiev, Ucrânia, desenvolveu uma técnica revolucionária para transformar folhas secas em papel, contribuindo significativamente para a redução do desmatamento. O jovem começou a explorar novas maneiras de produzir celulose ainda na escola, realizando experimentos com grama e palha até descobrir que era possível extrair fibras das folhas caídas.
Em 2018, aos 17 anos, Valentyn criou um método artesanal para fazer papel a partir de folhas secas na cozinha de seus pais. Seu projeto venceu a “Genius Olympiad” nos Estados Unidos, o que chamou a atenção do vice-diretor da fábrica de papelão de Zhytomyr, Serhiy Rudkovskii. Com o apoio de Rudkovskii, Valentyn continuou seus experimentos em uma produção real.
Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, Valentyn mudou-se para a França e, junto com o amigo Alexandre Sobolenko, fundou a Releaf Paper. A fábrica produz 1.000 quilos de celulose a partir de 2,3 toneladas de folhas mortas, evitando o corte de 17 árvores para obter a mesma quantidade de celulose.
A Releaf utiliza folhas coletadas nas ruas, evitando interferir nos ecossistemas florestais. O processo envolve remover compostos sólidos das folhas, secá-las e transformá-las em pellets, que são armazenados para garantir um ciclo de produção contínuo. Os pellets são convertidos em fibras especiais que formam a base do papel, que é então prensado e enrolado em folhas.
A técnica da Releaf emite 78% menos CO2 e usa 15 vezes menos água que a produção tradicional. O papel feito de folhas degrada no solo em 30 dias, comparado aos 270 dias do papel comum.
A inovação de Valentyn Frechka destaca-se como uma solução sustentável e vantajosa para a indústria de papel, com potencial para ser replicada globalmente.