Boxeadora, reprovada nos testes de gênero do Mundial de 2023, conquista 1º título olímpico do boxe feminino da Argélia
Imane Khelif, a boxeadora argelina que recentemente esteve no centro de uma controvérsia sobre gênero, brilhou ao vencer a medalha de ouro na categoria peso meio-médio dos Jogos Olímpicos de Paris, ao derrotar a chinesa Yang Liu de forma dominante nesta sexta-feira (9). Este título marca a primeira conquista olímpica no boxe feminino para a Argélia, um marco significativo para o esporte no país.
Em uma coletiva de imprensa após a vitória, Khelif, de 25 anos, fez uma declaração enfática sobre sua identidade: “Sou uma mulher como qualquer outra mulher. Nasci mulher e vivi como mulher, mas há inimigos do sucesso que não conseguem digerir o meu.” A boxeadora, que já havia conquistado a medalha de prata no Mundial de 2022, se tornou um símbolo de superação em meio à polêmica.
A disputa de gênero envolvendo Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting ganhou destaque durante os Jogos de Paris, após a Associação Internacional de Boxe (IBA) desclassificar Khelif e Lin do Mundial de 2023. A IBA alegou que um teste de gênero havia considerado as atletas inelegíveis para a competição. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) aplicou regras de elegibilidade para o boxe que não incluíam testes de gênero, como nas Olimpíadas de 2016 e 2021.
A vitória de Khelif no boxe feminino foi recebida com entusiasmo pelos torcedores, marcando uma grande conquista pessoal e histórica. A atleta expressou sua felicidade e gratidão, dizendo: “Oito anos sem dormir. Oito anos cansada. Agora sou campeã olímpica, estou muito feliz. Quero agradecer a todas as pessoas que vieram me apoiar.”
Além de Khelif, Janjaem Suwannapheng, da Tailândia, e Chen Nien-chin, de Taiwan, conquistaram medalhas de bronze na mesma categoria. A jornada de Khelif e sua vitória não apenas celebram seu talento, mas também destacam questões importantes sobre inclusão e reconhecimento no esporte.