O trabalho remoto, que se tornou popular durante a pandemia de Covid-19, está perdendo força no mercado de trabalho. Cada vez mais empresas estão retomando o trabalho presencial, mesmo que a flexibilização no modelo de trabalho seja uma tendência irreversível.
A busca pela melhora na produtividade é o principal argumento das companhias na decisão de retornar ao trabalho no escritório. Um estudo da Universidade de Stanford, publicado em julho de 2023, concluiu que o trabalho remoto pode reduzir a produtividade do trabalho de 10% a 20%, comparado com um trabalhador que está presencialmente 100% do tempo.
No entanto, especialistas avaliam que o futuro do trabalho ainda está sendo construído e que as empresas devem analisar caso a caso o melhor formato para seus negócios e a saúde mental dos colaboradores.
O trabalho remoto foi adotado por muitas empresas durante a pandemia de Covid-19, como forma de garantir a segurança dos funcionários e a continuidade das atividades. Com o avanço da vacinação e a queda nos casos de infecção, muitas empresas começaram a retomar o trabalho presencial.
Segundo o LinkedIn Economic Graph, se em fevereiro de 2022, no Brasil, 40% das vagas anunciadas na plataforma mencionavam a possibilidade de trabalhar remotamente, esse percentual caiu a 25% um ano depois.
A busca pela melhora na produtividade é o principal argumento das companhias na decisão de retornar ao trabalho no escritório. Um estudo da Universidade de Stanford, publicado em julho de 2023, concluiu que o trabalho remoto pode reduzir a produtividade do trabalho de 10% a 20%, comparado com um trabalhador que está presencialmente 100% do tempo.
No entanto, especialistas avaliam que o trabalho híbrido, que combina o trabalho presencial e remoto, é a tendência mais provável para o futuro do trabalho. Esse modelo oferece os benefícios de ambos os formatos, como a flexibilidade do trabalho remoto e a interação social do trabalho presencial.
Cristina Goldschmidt, professora da FGV e especialista em Liderança e Gestão, sugere que as pesquisas sobre produtividade e modelo de trabalho precisam ser avaliadas qualitativamente a cada caso, e não quantitativamente.
“Precisamos medir o impacto de cada modelo considerando o valor agregado de cada um no resultado produtivo. É importante entender os benefícios que o modelo remoto traz em cada tipo de trabalho.”
A professora avalia que existe uma mão de obra mais operacional que precisa de supervisão constante, e o trabalho remoto pode comprometer a produtividade desses trabalhos. O mesmo funciona com a nova geração de trabalhadores, que no modelo presencial podem ser capacitados mais rapidamente.
Erica Siu, CEO da Caliandra Saúde Mental, ressalta que ambos os modelos, presencial e remoto, têm benefícios e desafios, mas que independentemente da empresa ou modelo, é fundamental que exista um olhar para a saúde mental.
“Precisamos construir ambientes de trabalho para as pessoas terem segurança psicológica, e às vezes a rotina diária dificulta estar presencial todos os dias. Lembrando que trabalho exige uma disciplina e concentração”, pontua.
A especialista destaca a importância de a empresa comunicar sobre as eventuais mudanças de modelo de trabalho, e priorizar a saúde dos trabalhadores, pensando nessas transições com cuidado.
O futuro do trabalho ainda está sendo construído e as empresas devem analisar caso a caso o melhor formato para seus negócios e a saúde mental dos colaboradores. O trabalho híbrido é a tendência mais provável, mas é importante que as empresas estejam preparadas para lidar com os desafios de ambos os modelos.
Foto: Bench Accounting/Unsplash