Obras da Ponte de Guajará-Mirim, prevista há 120 anos, iniciam em 2024 para impulsionar a integração regional e criar rota estratégica.
O Ministério dos Transportes anunciou, para este ano, o tão aguardado início das obras para a construção da Ponte Internacional de Guajará-Mirim, conectando Rondônia ao território boliviano. Este projeto, enraizado no Tratado de Petrópolis de 1903, que selou a compra do Acre pelo Brasil, representa um marco histórico de integração e desenvolvimento regional.
A Ponte Binacional, parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se estenderá sobre o Rio Mamoré, ligando as cidades de Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerín, na Bolívia. Com 1,22 km de extensão e 17,3 metros de largura, o empreendimento está orçado em aproximadamente R$ 430 milhões, com prazo de execução de 36 meses.
Em novembro passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou o edital, adotando o Regime Integrado Diferenciado de Contratação (RIDC), buscando eficiência na gestão. A empresa contratada será responsável pela elaboração dos projetos básico e executivo, além de concluir todas as etapas da construção.
A expectativa é que a Ponte de Guajará-Mirim gere até 4,3 mil empregos diretos e indiretos na região. O projeto abrange a construção de um complexo de fronteira, com 9.282 m², e 3,7 km de pistas de acesso no lado brasileiro, enquanto o acesso boliviano contará com cerca de 6 km de extensão.
Além de fortalecer os laços regionais, a construção da ponte representa uma alternativa estratégica para o Brasil acessar o Oceano Pacífico, encurtando trajetos até portos chilenos e viabilizando o escoamento de produção para exportação a custos mais competitivos. Para a Bolívia, significa o cumprimento de compromissos assumidos no Tratado de Petrópolis e a oportunidade de acesso ao Oceano Atlântico por território brasileiro.
Este projeto, que atravessou décadas de expectativas, promete impulsionar a infraestrutura e a economia da região, marcando uma nova era de integração e cooperação entre Brasil e Bolívia.
Foto: Divulgação Dnit