Observações realizadas durante o eclipse solar de 1919 na cidade cearense foram cruciais para validar a Teoria da Relatividade Geral
A cidade de Sobral, situada no interior do Ceará, protagonizou um momento histórico para a ciência mundial no início do século XX, quando cientistas brasileiros e ingleses escolheram o local para observar um eclipse solar total em 1919.
Na época, Albert Einstein havia proposto sua Teoria da Relatividade Geral, que afirmava que a massa de um corpo poderia deformar o espaço ao seu redor, fazendo com que a luz emitida por estrelas distantes sofresse um desvio ao passar próximo a um corpo massivo como o Sol. No entanto, essa teoria só poderia ser comprovada em um eclipse solar total, quando as estrelas poderiam ser observadas atrás do Sol.
Sobral foi selecionada como um dos locais de observação devido à sua localização estratégica na rota geográfica da sombra projetada pela Lua durante o eclipse. Juntamente com a Ilha do Príncipe, no arquipélago de São Tomé e Príncipe, na África, a cidade cearense testemunhou o fenômeno em 29 de maio de 1919.
Enquanto condições meteorológicas desfavoráveis na Ilha do Príncipe dificultaram a observação, Sobral teve a sorte de contar com um céu limpo, permitindo que os cientistas registrassem o desvio da luz de 12 estrelas ao passarem próximas ao Sol durante o eclipse.
Essas observações foram essenciais para validar a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, consolidando sua reputação como um dos maiores gênios da física. Meses após a comprovação, Einstein foi laureado com o Prêmio Nobel de Física, não pela Teoria da Relatividade Geral, mas por outra descoberta notável: a lei do efeito fotoelétrico.
O eclipse solar de 1919 em Sobral permanece como um marco na história da ciência, demonstrando a importância da observação cuidadosa e do método científico na busca pelo conhecimento.
Imagem simula o eclipse total do Sol
Imagem: Divulgação