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Mais de 14,7 Milhões de brasileiros deixaram de passar fome em 2023

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Relatório da FAO divulgado no Rio de Janeiro destaca a significativa redução da insegurança alimentar no Brasil.

O Brasil experimentou um avanço notável na luta contra a fome em 2023. De acordo com o Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (Sofi 2024), mais de 14,7 milhões de brasileiros deixaram de passar fome no ano passado. A insegurança alimentar severa, que afetava 17,2 milhões de pessoas em 2022, foi reduzida para 2,5 milhões em 2023.

O relatório, divulgado pela primeira vez fora das sedes tradicionais de Roma ou Nova York, foi apresentado em reuniões do G20 e precede a criação da Aliança Global contra a Fome, uma iniciativa destacada pela presidência brasileira do G20 para combater a fome globalmente por meio de cooperação internacional.

O Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias, expressou otimismo quanto à erradicação completa da fome no país. “Estou confiante de que, no caminho que estamos trilhando, o Brasil pode sair do Mapa da Fome até 2026”, afirmou Dias em uma entrevista à imprensa após a divulgação dos dados.

Em 2014, o Brasil havia conseguido eliminar a fome do seu território, mas enfrentou um aumento da insegurança alimentar nos anos seguintes, voltando a aparecer no relatório de 2021. Desde então, o governo tem priorizado a erradicação da fome, implementando programas como o Bolsa Família, o Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa de Aquisição de Alimentos.

O relatório da FAO também revela que, ao longo dos últimos três anos, a insegurança alimentar severa caiu de 8,5% para 6,6% da população, o que representa uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nessa condição.

Situação Global da Fome

Em uma perspectiva global, o relatório apresenta números alarmantes: aproximadamente uma em cada 11 pessoas no mundo pode ter passado fome em 2023, o que corresponde a entre 713 e 757 milhões de indivíduos. As previsões indicam que até 2030, cerca de 582 milhões de pessoas ainda enfrentarão desnutrição severa, com mais da metade desses indivíduos localizados na África.

O relatório enfatiza que fontes oficiais e públicas de financiamento não são suficientes para resolver a questão da fome global. O aumento do financiamento privado, especialmente através de parcerias público-privadas, é considerado essencial para complementar os esforços necessários.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pactuados por 193 Estados-Membros da ONU e previstos para serem cumpridos até 2030, incluem acabar com a fome, alcançar segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável. O relatório destaca que não atender a esses objetivos acarretará custos sociais, econômicos e ambientais significativos.

A importância do financiamento foi reiterada pelo diretor-geral da FAO, QU Dongyu, que ressaltou a necessidade de unir recursos financeiros de maneira colaborativa e o papel vital do setor privado nesse processo.

O Papel do G20

O G20, composto por 19 países e a União Europeia, representa cerca de 85% do PIB global e mais de 75% do comércio internacional. A presidência do G20, que se revezava anualmente entre os países membros desde 2008, está atualmente sob a liderança do Brasil. Esta é a primeira vez que o país preside o G20 no formato atual.

A divulgação do relatório e as discussões em torno dele destacam a urgência e a complexidade do problema da fome e a necessidade de uma abordagem global coordenada para enfrentá-lo.

Fotos: Danillo França e Roberta Aline/ MDS