Alysson Muotri lidera missão da NASA com foco na análise de doenças neurológicas a partir da Estação Espacial Internacional.
A missão de buscar respostas para o Alzheimer e o autismo ganhou um novo e inusitado capítulo com a participação do cientista brasileiro Alysson Muotri, professor e chefe do laboratório de pesquisa na Universidade da Califórnia. Ele será um dos cinco cientistas a integrar uma expedição espacial organizada pela NASA, programada para ocorrer entre 2025 e 2026, com o objetivo de investigar como a microgravidade pode afetar o cérebro humano e auxiliar na descoberta de tratamentos para doenças neurológicas.
Muotri se destaca como o primeiro brasileiro a ser enviado ao espaço com esta missão científica, que terá como foco a análise de organoides cerebrais — estruturas que simulam o cérebro humano e são feitas a partir de células-tronco. Os organoides serão usados para estudar o Alzheimer e o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com base em amostras provenientes de pacientes com essas condições.
A missão será realizada a bordo do foguete Falcon 9, da SpaceX, com destino à Estação Espacial Internacional (ISS). O estudo buscará entender como a microgravidade pode impactar o desenvolvimento das doenças neurológicas. Durante a missão, os cientistas aplicarão bioativos derivados da biodiversidade da Amazônia em organoides cerebrais, para testar sua eficácia no combate ao Alzheimer.
Além de contribuir com a pesquisa, Muotri firmou uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para desenvolver tratamentos e medicamentos que possam ser disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS), caso comprovem sua eficácia. Parte dos recursos obtidos com a venda dos fármacos será destinada à preservação da floresta amazônica e às tribos que ajudaram na descoberta dos bioativos.