Iniciativa do Governo Federal busca ampliar cobertura vacinal entre crianças e adolescentes até 25 de abril e reforça importância da prevenção como política pública de saúde
Teve início nesta segunda-feira, 14 de abril, a Campanha Nacional de Vacinação nas Escolas, uma ação conjunta dos Ministérios da Saúde e da Educação que pretende imunizar cerca de 30 milhões de estudantes de até 15 anos em escolas públicas de todo o país. A ação faz parte da retomada das políticas de prevenção do governo federal, com foco na ampliação da cobertura vacinal entre crianças e adolescentes.
Sob o lema “Vacinação nas Escolas – Ciência e Defesa da Vida”, a campanha busca reverter a tendência de queda nos índices vacinais observada nos últimos anos no Brasil, e faz parte do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em 2023 pelo Ministério da Saúde.
Objetivo: alcançar pelo menos 90% de cobertura
A meta estabelecida pela pasta da Saúde é alcançar ao menos 90% do público-alvo, composto por estudantes da educação infantil ao ensino médio em cerca de 110 mil escolas públicas de todo o território nacional. A campanha segue até o dia 25 de abril.
As vacinas disponibilizadas abrangem um leque importante de imunizantes previstos no Calendário Nacional de Vacinação: febre amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche), meningocócica ACWY e HPV.
Como será feita a vacinação?
A aplicação das doses será realizada por equipes de vacinação das secretarias municipais e estaduais de saúde, com apoio das escolas. A imunização poderá ocorrer dentro das próprias instituições de ensino ou em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de referência, dependendo da estrutura local.
A vacinação só será feita mediante autorização prévia dos pais ou responsáveis. Por isso, as escolas estão orientadas a encaminhar os termos de consentimento para assinatura antes das visitas das equipes de saúde.
Durante a campanha, também será feita uma checagem completa das cadernetas de vacinação dos alunos, a fim de identificar e atualizar eventuais pendências nos esquemas vacinais.
Caderneta Digital facilita controle vacinal
Entre as inovações da campanha deste ano, destaca-se o uso da Caderneta de Vacinação Digital, acessível gratuitamente por meio do aplicativo Meu SUS Digital (antigo Conecte SUS). A plataforma permite que os responsáveis acompanhem, em tempo real, o histórico de vacinação das crianças e adolescentes, recebam notificações sobre vacinas pendentes ou reforços e tenham os dados centralizados.
A iniciativa visa facilitar o acompanhamento da imunização, reduzir perdas de doses e garantir maior adesão da população às campanhas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mobilização nacional e apoio das autoridades
O lançamento oficial da campanha foi realizado na última sexta-feira, 11 de abril, por meio de um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV dos ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde).
Durante o discurso, Camilo Santana afirmou que o país está mobilizado para garantir que todas as escolas recebam os imunizantes necessários para a proteção de seus estudantes. Já Alexandre Padilha reforçou o compromisso do governo em retomar a liderança mundial do Brasil na vacinação pública.
“Estamos vivendo uma reconstrução do nosso sistema de prevenção. A vacina é uma conquista da ciência e uma ferramenta fundamental para proteger nossas crianças”, afirmou Padilha.
Engajamento da comunidade escolar
Como parte da mobilização, foi realizado nesta segunda-feira, às 15h, o 15º Webinário Nacional e Intersetorial do Programa Saúde na Escola (PSE), com o tema “Zé Gotinha na Escola: Bora Vacinar”. O evento online teve como objetivo reforçar a importância da vacinação e estimular o engajamento de educadores, gestores, estudantes e familiares na campanha.
Desde 2023, o Governo Federal vem investindo em estratégias de aproximação com a comunidade escolar para garantir maior alcance e eficiência nas ações de saúde pública.
Queda da cobertura vacinal preocupa especialistas
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil vem registrando reduções preocupantes nos índices de vacinação infantil nos últimos anos, especialmente em relação à cobertura contra doenças como poliomielite e sarampo. Especialistas alertam que essa queda pode colocar em risco a imunidade coletiva e favorecer o retorno de doenças já erradicadas ou controladas no país.
Por isso, a vacinação nas escolas representa um esforço conjunto entre as áreas de saúde e educação para reverter esse cenário, aproximando a imunização do cotidiano dos estudantes e facilitando o acesso às vacinas.