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ANS determina inclusão de implantes contraceptivos como cobertura obrigatória por planos de saúde

Foto: Reprodução
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A medida histórica visa ampliar o acesso das mulheres a métodos contraceptivos eficazes e de longo prazo, sem custos adicionais.

Em uma decisão histórica que promete transformar o cenário da saúde pública no Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou que, a partir de 2 de janeiro de 2025, os planos de saúde serão obrigados a incluir a aplicação de implantes contraceptivos no rolo de procedimentos cobertos. A medida, que foi amplamente discutida e celebrada, é vista como uma grande conquista para as mulheres brasileiras, proporcionando um acesso mais amplo a um método contraceptivo seguro, eficaz e de longa duração.

A inclusão de implantes contraceptivos no rol obrigatório representa um avanço significativo, especialmente para as mulheres que, devido ao alto custo do procedimento, anteriormente não puderam se beneficiar dessa opção. O implante é um pequeno dispositivo de silicone inserido sob a pele do braço, que libera hormônios continuamente para prevenir a gravidez por até três anos. Considerado um dos métodos contraceptivos mais eficazes, com uma taxa de falha inferior a 1%, o implante também oferece praticidade, já que não exige atenção diária, ao contrário da pílula anticoncepcional.

Acessibilidade para todos

Antes da mudança, o preço do implante, que pode variar de R$ 1.500 a R$ 2.000, fez com que muitas mulheres, especialmente aquelas de classes sociais mais baixas, tivessem dificuldades para acessar esse método. A partir de janeiro, no entanto, mulheres de todas as classes sociais terão a oportunidade de usar o implante sem custos adicionais, bastando que possuam um plano de saúde que cubra os novos procedimentos.

Essa inclusão é considerada uma vitória para o movimento feminista e para as organizações que lutam pelos direitos das mulheres, pois representa uma forma de garantir que mais pessoas tenham autonomia sobre suas escolhas reprodutivas e qualidade de vida. Para muitas mulheres, como Mariana Souza, de 28 anos, o novo acesso ao implante é um rompimento. Mariana, mãe de uma criança de 5 anos, sempre cogitou o uso do implante, mas não tinha condições financeiras para adquiri-lo.

“Eu sabia que o implante era uma excelente opção, mas não poderia pagar por ele. Agora, com essa mudança, você finalmente conseguirá ter a liberdade de escolher um método mais duradouro e sem os problemas da pílula, como o esquecimento ou efeitos colaterais” , afirmou, emocionado.

Benefícios médicos e cuidados a longo prazo

Especialistas da área de ginecologia celebraram a decisão da ANS, destacando os benefícios do implante contraceptivo, especialmente para mulheres que buscam um método eficaz e de longa duração. A ginecologista Dra. Clara Lemos, especializada em saúde da mulher, explicou que o implante é altamente eficaz e recomendado para mulheres que não desejam depender de métodos diários, como a pílula.

“O implante é uma excelente opção para mulheres que buscam contracepção de longo prazo e não querem depender de métodos diários. Ele tem uma taxa de falha inferior a 1%, o que significa que é extremamente eficaz. Além disso, proporciona maior liberdade para a mulher”, afirmou a médica.

Outro ponto positivo é que o implante pode ser uma solução para mulheres que enfrentam efeitos colaterais com outros métodos contraceptivos, como pílulas ou injeções, ou ainda para aquelas que simplesmente não precisam se preocupar com a contracepção por vários anos.

No entanto, como qualquer método hormonal, o implante pode causar alguns efeitos colaterais, como alterações no ciclo menstrual, sangramentos irregulares ou até dores no local da inserção. Uma Dra. Clara Lemos alertou que, apesar desses possíveis efeitos, os benefícios do implante superam os riscos para a grande maioria das mulheres.

“É importante que as mulheres tenham consciência desses efeitos, mas, no geral, os benefícios superam os riscos para a grande maioria”, afirmou a ginecologista.

O futuro da contracepção no Brasil

A medida tomada pela ANS reflete um movimento crescente em direção ao aprimoramento do acesso à saúde reprodutiva no Brasil. Com o aumento da cobertura de métodos contraceptivos eficazes, esperamos que as mulheres tenham mais controle sobre sua saúde reprodutiva e, consequentemente, sua qualidade de vida. A obrigação de oferecer implantes contraceptivos é apenas um dos passos em um processo mais amplo de valorização dos direitos das mulheres na saúde pública do Brasil.

A decisão também representa um passo importante na redução das desigualdades no acesso à saúde, especialmente entre as classes sociais, possibilitando que mulheres de diferentes realidades possam ter acesso a cuidados modernos e eficazes sem que o fator econômico seja um impedimento.