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Atletas-guias recebem medalhas na Paralimpíada: Entenda as regras e a importância desses profissionais nas competições

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Os atletas-guias desempenham um papel essencial nas provas de atletismo para deficientes visuais. Em reconhecimento a sua importância, eles também recebem medalhas quando seus atletas alcançam o pódio. Conheça as regras e o funcionamento dessa dinâmica nas Paralimpíadas.

Nas competições paralímpicas, o papel dos atletas-guias é fundamental para o sucesso dos competidores com deficiência visual. Atletas-guias são profissionais que auxiliam esportistas cegos ou com baixa visão durante as provas de atletismo, sendo essenciais para a condução, orientação e ritmo dos atletas que acompanham. Diferente das competições convencionais, onde a habilidade individual é o principal foco, nas Paralimpíadas o trabalho em dupla entre o atleta e o guia é crucial para alcançar o sucesso nas pistas.

Como funciona a dinâmica entre atleta e guia

Nas provas de atletismo paralímpico, especialmente nas modalidades de corrida, o guia atua como uma extensão do atleta com deficiência visual. Ligados por uma corda de até 50 cm, que deve ser segurada com firmeza para manter a coordenação, guia e atleta correm lado a lado. A função do guia vai além de simplesmente correr ao lado do atleta; ele é responsável por garantir a segurança do competidor, fornecer orientação tátil e verbal, manter o ritmo adequado e oferecer suporte moral.

A conexão entre o atleta e o guia deve ser extremamente sincronizada. Ambos precisam treinar juntos por longos períodos para desenvolver um entendimento mútuo do ritmo de corrida, da comunicação necessária durante a prova e dos movimentos específicos para otimizar o desempenho. A confiança entre os dois é fundamental, pois o atleta com deficiência visual depende completamente das instruções e orientações do guia para evitar obstáculos e completar a prova com segurança.

Critérios para a concessão de medalhas aos guias

Nas Paralimpíadas, os atletas-guias que acompanham os esportistas até o pódio também recebem medalhas, uma prática que reconhece a colaboração indispensável desses profissionais para o sucesso dos atletas com deficiência visual. Segundo as regras do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), os guias são considerados coadjuvantes indispensáveis nas provas de pista para cegos e, por isso, são premiados quando o atleta que acompanham conquista um lugar entre os três primeiros colocados.

A regra estabelece que as medalhas dos guias são exatamente iguais às dos atletas que eles acompanham, seja de ouro, prata ou bronze. Isso reflete o reconhecimento de que o desempenho nas provas é um resultado conjunto, fruto da perfeita sincronia e do trabalho em equipe entre o atleta e o guia. O guia deve estar ao lado do atleta em todos os momentos, e qualquer falha na comunicação ou no ritmo pode comprometer a performance final.

Exigências e regras específicas para os guias

O Comitê Paralímpico Internacional impõe regras rigorosas para a atuação dos guias nas competições. Primeiramente, o guia deve ser do mesmo sexo que o atleta que ele está assistindo, uma regra que visa manter a equidade nas competições. Além disso, durante a corrida, o guia deve estar sempre alinhado ao lado do atleta e não pode puxá-lo ou empurrá-lo, pois isso resultaria em desclassificação. É essencial que o guia mantenha o ritmo com o atleta; caso o guia cruze a linha de chegada antes do atleta que acompanha, a dupla é automaticamente desclassificada.

Para assegurar a segurança e a integridade da competição, o Comitê Paralímpico também determina que o guia deve fornecer comandos claros e concisos durante a corrida, ajudando o atleta a manter a direção correta e a evitar possíveis obstáculos na pista. Treinamento, coordenação e comunicação são fundamentais para garantir que ambos, guia e atleta, completem a prova da melhor maneira possível.

A importância dos guias nas modalidades paralímpicas

A atuação dos atletas-guias vai além da função técnica; eles desempenham um papel emocional e psicológico importante para os atletas paralímpicos. O apoio moral fornecido pelos guias durante as provas muitas vezes é crucial para que o atleta consiga manter a concentração e o desempenho em situações de alta pressão. O relacionamento entre guia e atleta é frequentemente comparado a uma parceria de longa data, onde confiança e entendimento mútuo são vitais para o sucesso.

Além disso, muitos guias são atletas treinados e preparados para atuar em alta performance, com uma capacidade física que permita não apenas acompanhar, mas também potencializar o desempenho do atleta com deficiência visual. Essa preparação inclui não apenas a parte física, mas também a psicológica, já que a comunicação precisa ser clara, rápida e precisa durante a competição.

Impacto e reconhecimento dos atletas-guias nas Paralimpíadas

A inclusão dos guias no pódio, recebendo medalhas, é uma maneira de reconhecer formalmente a contribuição vital desses profissionais para o esporte paralímpico. Nas últimas edições das Paralimpíadas, muitos guias que antes eram desconhecidos passaram a ganhar notoriedade e reconhecimento por sua dedicação e contribuição ao esporte.

O trabalho dos guias demonstra o espírito de solidariedade e de superação que permeia o movimento paralímpico. As conquistas de um atleta paralímpico não são apenas individuais; elas representam o esforço de uma equipe que trabalha unida para superar as limitações e alcançar o melhor desempenho possível.

Em resumo, os guias desempenham um papel fundamental nas competições paralímpicas, sendo uma parte inseparável das conquistas dos atletas com deficiência visual. O reconhecimento formal do seu papel, através da concessão de medalhas, é uma maneira justa de valorizar o trabalho desses profissionais, que dedicam seu tempo, habilidade e esforço para garantir o sucesso de seus companheiros de equipe nas competições de atletismo.

Foto: Wander Roberto/CPB