No Rio de Janeiro, um evento raro e emocionante marcou o início da temporada de baleias-jubarte: o nascimento de um filhote. O acontecimento foi acompanhado de perto pelo Projeto Baleia Jubarte, que celebrou o momento como indicativo das boas condições para reprodução na região.
Na última sexta-feira (05), o pequeno filhote, carinhosamente nomeado de Bossa Nova pelos pesquisadores a bordo, veio ao mundo em águas cariocas, surpreendendo os especialistas. Segundo Bianca Righi, bióloga do projeto, esse tipo de nascimento é incomum na área, sugerindo que o Rio de Janeiro pode ser uma nova área de reprodução para essas majestosas criaturas marítimas.
As baleias-jubarte, que migram das águas frias da Antártica para o Nordeste brasileiro em busca de águas mais quentes, encontram no Rio de Janeiro um ambiente propício para gerar suas crias. Esse fenômeno, que ocorre entre junho e agosto durante o deslocamento das baleias, é crucial para a sobrevivência dos filhotes, que dependem de temperaturas elevadas.
O nascimento de Bossa Nova representa não apenas um marco na conservação das baleias-jubarte, mas também o sucesso de esforços de preservação iniciados décadas atrás. Desde a proibição da caça e molestamento das baleias em águas brasileiras, em 1987, o número desses animais cresceu significativamente, alcançando cerca de 30 mil indivíduos no Brasil.
Enrico Marcovaldi, diretor do Projeto Baleia Jubarte, destacou a importância desses esforços de conservação, iniciados após a descoberta de uma pequena população no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. A recuperação da espécie, que estava à beira da extinção na década de 1980, reflete o sucesso dos programas de proteção ambiental e o retorno das baleias às suas antigas áreas de reprodução.
Foto: Renan Areias / Agência O Dia
