A crescente presença de estudantes brasileiros nos Estados Unidos reflete um avanço significativo na educação e no acesso ao ensino superior.
O Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de países com mais alunos matriculados em escolas e universidades nos Estados Unidos, com cerca de 41,7 mil estudantes brasileiros atualmente no território americano. Este número representa aproximadamente 2,71% do total de 1,5 milhão de estudantes internacionais nos EUA, conforme levantamento realizado pela consultoria imigratória Viva América, com base em dados do Departamento de Segurança Interna (DHS), do Centro Nacional de Estatísticas Educacionais ( NCES) e do programa Portas Abertas.
Crescimento no número de brasileiros nos EUA
Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado uma ascensão significativa no ranking de países com maior número de alunos no exterior. Em 2017, o país ocupava a 8ª posição, e agora, em 2024, subiu para a 5ª posição, superando países como o Vietnã e o Japão. Este aumento, segundo Rodrigo Costa, CEO da Viva América, é reflexo do investimento do Brasil na educação, principalmente no acesso ao ensino superior.
“Há dois aspectos a serem apresentados a partir desses números. Por um lado, o maior resultado da inserção dos brasileiros nas universidades americanas é dos investimentos realizados pelo Brasil nos últimos 20 anos para ampliar o acesso da população ao ensino superior”, afirma Costa. Esse aumento de estudantes brasileiros nas universidades dos EUA destaca uma tendência de internacionalização da educação brasileira, com foco em qualificação e busca por oportunidades de crescimento profissional.
A fuga de cérebros e as ofertas de emprego nos EUA
Contudo, esse movimento também levanta uma preocupação: a fuga de cérebros. Com um aumento na formação de bacharéis, mestres e doutores no Brasil, muitos desses profissionais optam por concluir seus estudos nos Estados Unidos, onde encontram ofertas de emprego muito mais atrativas do que aquelas disponíveis no Brasil.
“Esses alunos internacionais frequentemente recebem ofertas de trabalho muito mais vantajosas do que as que poderiam encontrar em seu país de origem, o que os estimula a permanência nos EUA após a conclusão de seus cursos”, explica Rodrigo Costa. A fuga de cérebros é uma característica que preocupa, pois pode resultar na perda de talentos altamente potentes que poderiam contribuir para o desenvolvimento do Brasil.
As universidades mais procuradas pelos brasileiros
Em termos de preferências institucionais, as universidades dos Estados Unidos que mais atraem estudantes brasileiros são a Universidade de Nova York, a Northeastern University e a Universidade de Columbia. Essas instituições são as mais procuradas, especialmente por aqueles que buscam especialização em áreas como Ciência da Computação, Administração e Engenharia, campos com grande demanda e reconhecimento no mercado global.
No âmbito do ensino superior, em 2023, 16.205 brasileiros estavam matriculados em cursos de graduação e pós-graduação nos EUA. A maioria desses estudantes (59,4%) está matriculada em instituições públicas, enquanto 40,6% frequentam universidades privadas. De acordo com Rodrigo Costa, o número de brasileiros estudando no exterior poderia ser ainda maior se não fosse uma barreira do baixo nível de proficiência em inglês, um fator que limita a mobilidade internacional de muitos estudantes brasileiros.
O Top 10 de países com mais estudantes nos EUA
Além de estar entre os cinco primeiros países com mais alunos nos EUA, o Brasil também se destaca no cenário global. Veja o Top 10 dos países com o maior número de estudantes internacionais nas universidades e escolas dos Estados Unidos:
- Índia : 377.620
- China : 330.365
- Coreia do Sul : 63.314
- Canadá : 43.873
- Brasil : 41.703
- Vietnã : 31.310
- Japão : 28.408
- Taiwan : 28.218
- Nigéria : 26.431
- México : 23.756
Esse ranking demonstra a presença crescente de estudantes internacionais nos EUA, destacando o Brasil como um dos principais países exportadores de talentos para o ensino superior americano.
Conclusão
O Brasil continua a ser uma fonte importante de estudantes internacionais nos Estados Unidos, refletindo tanto o avanço do país no acesso à educação quanto a busca por uma formação de qualidade e novas oportunidades no mercado global. Contudo, a preocupação com a fuga de cérebros é um alerta para o futuro do desenvolvimento acadêmico e profissional no Brasil, o que exige um olhar atento sobre a retenção desses talentos no país.