Freira gaúcha de 116 anos e agricultor cearense de 112 anos são reconhecidos como as pessoas mais velhas do mundo
O Brasil agora abriga as pessoas mais idosas do mundo, conforme dados da entidade LongeviQuest. A freira Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, e o agricultor João Marinho Neto, de 112 anos, foram reconhecidos como a mulher e o homem mais velhos do planeta, respectivamente.
Inah Canabarro Lucas: uma vida dedicada à fé e à educação
Nascida em 8 de junho de 1908, em São Francisco de Assis, Rio Grande do Sul, Inah Canabarro Lucas ingressou na vida religiosa aos 16 anos, no internato Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento. Em dezembro de 1928, tornou-se freira em Montevidéu, Uruguai. Retornou ao Brasil em 1930, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, onde atuou como professora de português e matemática em uma escola na Tijuca. Na década de 1940, voltou ao Rio Grande do Sul para continuar sua carreira docente.
Atualmente, a irmã Inah reside em um convento em Porto Alegre. Apesar de enfrentar desafios de mobilidade e sensoriais comuns, mantém uma rotina disciplinada, com horários definidos para acordar, alimentar-se, dormir e, principalmente, rezar. Ela atribuiu sua longevidade à fé em Deus. Em 2018, ao completar 110 anos, obteve uma vitória apostólica do Papa Francisco, um de seus maiores orgulhos.
João Marinho Neto: uma vida dedicada à agricultura e à família
João Marinho Neto nasceu em 5 de outubro de 1912, em Mara. Desde os quatro anos, auxiliava os pais nas atividades agrícolas, cuidando do gado e colhendo frutos. Casou-se duas vezes e teve sete filhos. Atribui sua longevidade ao convívio com pessoas boas e à proximidade com seus entes queridos.
Atualmente, João reside em um lar de idosos em Apuiarés, Ceará, sob os cuidados de familiares. Sua história de vida reflete a dedicação ao trabalho no campo e à família, valores que ele considera fundamentais para uma vida longa e satisfatória.
Reconhecimento internacional e estudos sobre longevidade
O reconhecimento de Inah e João como as pessoas mais velhas do mundo ocorreu após o falecimento de seus antecessores: a japonesa Tomiko Itooka, de 117 anos, em 2024, e o britânico John Tinniswood, de 112 anos, em 25 de novembro de 2024.
A presença de supercentenários no Brasil tem despertado o interesse da comunidade científica. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão conduzindo estudos para compreender os fatores genéticos e ambientais que afetam a longevidade saudável desses indivíduos. O objetivo é identificar elementos que possam promover um envelhecimento com qualidade de vida.
