Com elevação da Selic para 13,25% e redução de juros na Argentina, registra país juro real de 9,18%
O Brasil passou a impedir a maior taxa de juros real do mundo após a recente elevação da Selic e a redução das taxas na Argentina. Na última quarta-feira, 29 de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano. Simultaneamente, o Banco Central da Argentina reduziu suas taxas de juros em 3 pontos percentuais, conduzindo o juro real do país de 9,36% para 6,14%.
Essas movimentações, o juro real brasileiro, que já era o segundo maior do mundo, atingiram 9,18%, superando a Argentina e assumindo a liderança no ranking global.
A decisão do Copom de aumentar a Selic foi unânime e reflete a preocupação com as persistentes pressões inflacionárias. O Banco Central indicou a possibilidade de uma nova elevação de 1 ponto percentual na próxima reunião, prevista para março, o que elevou a taxa para 14,25%. Analistas do mercado financeiro projetam que a Selic possa atingir até 15% ao ano até maio de 2025.
A elevação dos juros no Brasil contrasta com a tendência observada em outras economias emergentes, onde há movimentos de redução das taxas. A persistência da inflação no país, com o índice de preços ao consumidor acumulando alta de 4,5% nos últimos 12 meses até meados de janeiro, bem acima da meta de 3%, tem sido um fator determinante para a postura mais rígida da autoridade moeda brasileira.
A taxa de juros reais é calculada subtraindo a inflação projetada da taxa nominal de juros. Um imposto real elevado pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais elevados, mas também pode encarecer o crédito e desacelerar o crescimento econômico doméstico.
O cenário atual levanta debates sobre o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico. Enquanto o Banco Central busca ancorar as expectativas inflacionárias, os setores produtivos e consumidores sentem os efeitos do encarecimento do crédito e da redução do consumo.