O estudo norte-americano promete maior eficácia e menos efeitos colaterais nos tratamentos contra tumores agressivos, proporcionando esperança para pacientes com cânceres difíceis de tratar
Pesquisadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, anunciaram uma descoberta promissora para o tratamento do câncer, que pode revolucionar a forma como os medicamentos são administrados e consumidos pelas células tumorais. O estudo, publicado em Communications Biology , apresenta uma técnica inovadora para melhorar a absorção de medicamentos em células cancerígenas, aumentando a eficácia das terapias contra tumores agressivos enquanto reduz os danos ao tecido saudável ao redor.
Uma nova abordagem, testada com sucesso em organóides de câncer de mama, dobrou a absorção das drogas em comparação aos métodos tradicionais. De acordo com Aaron Mansfield, oncologista da Mayo Clinic e um dos principais autores do estudo, a descoberta representa um grande avanço no tratamento de cânceres difíceis de tratar. “A capacidade de atingir proteínas especiais e melhorar a absorção de medicamentos nas células tumorais é um avanço significativo na forma como abordamos cânceres agressivos”, afirmou Mansfield.
O Processo de Conjugado Anticorpo-Fármaco
Os pesquisadores concentraram seus esforços no uso de anticorpos conjugados-fármacos, que são moléculas projetadas para ligar proteínas específicas na superfície das células cancerosas. Essas moléculas funcionam como uma “chave” que se encaixa na “fechadura” da célula doente, permitindo que os medicamentos sejam entregues diretamente ao tumor. No entanto, uma das dificuldades mais comuns no tratamento de cânceres agressivos é que, muitas vezes, a “porta” permanece fechada, impedindo que os medicamentos atinjam o local desejado.
A inovação apresentada pelos cientistas da Mayo Clinic resolve essa barreira, melhorando a interação entre as células tumorais e as células tumorais, e, consequentemente, aumentando a absorção dos medicamentos. Essa solução pode melhorar os tratamentos contra cânceres difíceis de tratar, como os tumores de mama, pulmonares e pâncreas, que frequentemente expressam as proteínas HER2, EGFR e MET. Essas três proteínas foram comprovadas especificamente no estudo, e sua presença é comum em tipos agressivos de câncer.
Impacto no Tratamento do Câncer
A nova técnica não só melhora a eficácia dos tratamentos existentes, mas também oferece um potencial para personalizar as terapias de acordo com as necessidades de cada paciente. A descoberta abre portas para tratamentos mais direcionados, com menos efeitos colaterais e maior precisão na administração dos medicamentos. Com isso, pacientes que sofrem com cânceres agressivos, muitas vezes considerados difíceis de tratar, podem se beneficiar de terapias mais eficazes e menos invasivas.
O próximo passo dos cientistas é continuar com os testes clínicos para validar essa abordagem e transformar essa técnica em um novo padrão terapêutico. O grupo de pesquisa acredita que, com mais investigações e aprimoramentos, a estratégia pode ser amplamente aplicada na prática clínica, oferecendo novas esperanças aos pacientes que enfrentam os tipos mais desafiadores de câncer.
