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Carros híbridos e elétricos: qual a melhor escolha para a transição energética no Brasil?

Reprodução
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Com a crescente busca por alternativas sustentáveis, especialistas analisam as opções viáveis para o futuro da mobilidade

A transição energética no Brasil, um processo que começou na década de 1930 com a incorporação do etanol à gasolina, ganhou destaque com a implementação do Proálcool em 1975, um programa criado para utilizar o excedente de cana-de-açúcar e diminuir a dependência de petróleo. Esse movimento resultou na popularização dos veículos flex, que operam com gasolina e etanol em diversas proporções.

Mais recentemente, a integração de tecnologias híbridas na frota nacional tem sido considerada uma solução estratégica para intensificar a transição energética. Os veículos híbridos combinam motores a combustão e elétricos, aproveitando a regeneração de energia durante a frenagem para recarregar as baterias, o que resulta em menor consumo de combustível e redução de emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, os modelos híbridos que utilizam etanol são particularmente destacados por suas emissões praticamente neutras, já que o CO2 liberado é reabsorvido pela fotossíntese durante o cultivo da cana.

Por outro lado, os carros elétricos têm ganhado popularidade em várias partes do mundo como uma alternativa viável e sustentável, especialmente em mercados como o chinês e o europeu. A China, por exemplo, adotou uma estratégia de diferenciação para competir com fabricantes tradicionais europeus e norte-americanos, aproveitando seu vasto mercado interno e aplicando princípios de inovação e design para reduzir custos. Essa abordagem permitiu que as montadoras chinesas se destacassem pela liderança em tecnologia e economia.

Na Europa, as políticas públicas têm incentivado a adoção de veículos elétricos, mesmo em um contexto em que parte da energia elétrica ainda provém de fontes fósseis. No entanto, a descarbonização da matriz energética do continente já está em andamento, com destaque para a implementação de energias renováveis em países como Portugal e a aposta em energia nuclear na França. Com a tendência de eliminação do carvão, como visto em Inglaterra e Itália, a adoção de carros elétricos torna-se uma escolha cada vez mais ambientalmente justificável.

Um dos pontos de debate em relação aos veículos elétricos é o impacto ambiental das baterias. Embora o descarte de baterias de celulares, que ocorre em grande escala no Brasil, seja um problema menos discutido, ele representa um impacto significativo comparado a baterias de carros elétricos. Com cerca de 40 milhões de celulares descartados anualmente, esse número equivale ao impacto de aproximadamente 20 mil baterias de veículos elétricos. As baterias de carros, por sua vez, podem ser reaproveitadas em sistemas de armazenamento de energia renovável, ampliando sua vida útil e reduzindo a necessidade de substituição.

A questão da longevidade dos veículos híbridos, no entanto, levanta preocupações. Nos Estados Unidos, por exemplo, normas da Califórnia e de outros estados limitam a venda de híbridos a 20% até 2035, enquanto a União Europeia planeja proibir todos os veículos a gasolina, inclusive os híbridos, até o mesmo ano. Essa mudança reflete a tendência global de priorizar veículos totalmente elétricos, que têm se tornado mais acessíveis devido à queda nos preços das baterias e à expansão das redes de recarga.

Apesar dessas previsões, o Brasil ainda depende de tecnologia e infraestrutura importadas para manter a produção de veículos híbridos. A adaptação do mercado e a evolução tecnológica têm sido fundamentais para determinar o futuro da mobilidade sustentável no país. O caminho que o Brasil trilha na transição energética é promissor, mas é essencial estar atento às rápidas mudanças tecnológicas que podem redefinir o cenário nas próximas décadas.