Projeto de reconstrução facial revela detalhes impressionantes sobre uma mulher escandinava do período medieval, conhecida popularmente como “vampira” devido ao intrigante contexto de seu sepultamento.
Em um estudo recente, cientistas fizeram uma reconstrução facial 3D de uma mulher escandinava do século XIV, encontrada em uma sepultura incomum. A mulher, cujo corpo foi descoberto em uma tumba medieval na Dinamarca, foi enterrada com marcas que indicam rituais para impedir que ela “retornasse” à vida. A pesquisa revela detalhes intrigantes sobre as crenças nórdicas e as práticas funerárias, especialmente relacionadas ao medo de mortos-vivos ou “draugrs”, que eram figuras do folclore escandinavo associadas à proteção contra forças malignas.
Os pesquisadores utilizaram um crânio em boas condições, realizando uma análise detalhada dos ossos para gerar a reconstrução digital, que permite visualizar como a mulher poderia ter sido em vida. Estima-se que ela teria cerca de 40 anos, com traços que refletem a aparência típica dos povos escandinavos da época. Estudos complementares indicam que os hábitos alimentares e as condições de saúde refletidos nos ossos sugerem uma dieta limitada, o que coincide com as condições econômicas e sociais da época.
O apelido “vampira escandinava” surgiu devido ao modo como o corpo foi sepultado. A mulher foi enterrada com uma estaca em seu peito, prática comum para “aprisionar” aqueles que se acreditava terem inclinações sobrenaturais. Esse ritual pode refletir o medo cultural de que os mortos saíssem de suas sepulturas para aterrorizar os vivos. A descoberta traz novos dados que aprofundam o entendimento sobre o modo de vida e as crenças escandinavas medievais.
Para os cientistas envolvidos no projeto, a reconstrução facial 3D oferece mais do que uma visão de como essa mulher pode ter se parecido. Ela serve como uma ponte para compreender o ambiente e as tensões culturais em que viveu. A reconstrução, portanto, não é apenas um olhar sobre o passado, mas também uma oportunidade para ressignificar aspectos históricos das práticas culturais do período.